De olho no presídio
Em junho de 2008, a CPI do Sistema Carcerário descreveu o Presídio Central de Porto Alegre como uma “masmorra”, um “inferno” onde um amontoado de gente sobrevivia em meio ao lixo e ao esgoto. Os integrantes da CPI utilizaram 120 das 512 páginas do relatório final da investigação para mostrar como a situação no lugar […]
Em junho de 2008, a CPI do Sistema Carcerário descreveu o Presídio Central de Porto Alegre como uma “masmorra”, um “inferno” onde um amontoado de gente sobrevivia em meio ao lixo e ao esgoto.
Os integrantes da CPI utilizaram 120 das 512 páginas do relatório final da investigação para mostrar como a situação no lugar conseguia ser pior que a registrada na Colônia Agrícola de Campo Grande (MS), onde presos e porcos dividiam o mesmo espaço. A oposição petista no estado delirou com as constatações óbvias do caos e aproveitou para malhar a então governadora Yeda Crusius.
Pois quase quatro anos se passaram, os petistas chegaram ao governo com Tarso Genro, e o Presídio Central continuou o inferno denunciado pela CPI. Ontem, porém, Maria do Rosário, a ministra dos Direitos Humanos de Dilma Rousseff, resolveu avisar que irá inspecionar o Presídio Central nesta sexta-feira.
Mas o que levou Maria a finalmente suspeitar das condições dos direitos humanos no presídio? Desde anteontem uma decisão judicial proíbe que detentos já condenados ingressem no Presídio Central. Não se trata, portanto, de socorrer os direitos humanos, mas sim de socorrer o governo do companheiro Genro, que está na Europa, no momento, e não poderá mais depositar detentos no lugar.