‘Dama do tráfico’ gera 24 pedidos de convocação de ministros na Câmara
Deputados de quatro partidos querem esclarecimentos de Flávio Dino e Silvio Almeida em cinco comissões

Em uma semana, a visita de Luciane Barbosa Farias foi alvo de mais de 25 requerimentos na Câmara dos Deputados. A maioria pede a convocação dos ministros Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e Silvio Almeida (Direitos Humanos e Cidadania) para explicar a presença da “dama do tráfico amazonense” na Esplanada dos Ministérios.
Os pedidos partiram de parlamentares de de quatro partidos — PL, Novo, União Brasil e PP, os dois últimos com ministérios no governo Lula. As convocações são para as comissões de: Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (10); Fiscalização Financeira e Controle (9); Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial (2); Constituição, Justiça e Cidadania (2); e Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
“É fundamental que o Sr. Ministro Silvio Almeida, compareça à Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados, para esclarecer ao Legislativo o custeio pela Pasta de viagem para Brasília da ‘dama do tráfico’ do Amazonas, em detrimento de investimentos em políticas públicas atinentes aos direitos das pessoas com deficiência no Brasil”, escreveu a deputada Rosângela Moro (União-PR), em um dos requerimentos.
Luciane Barbosa Farias tem sido chamada de “dama do tráfico do Amazonas” após matéria publicada em 13 de novembro pelo Estadão sobre encontro da esposa de Clemilson dos Santos Faria, conhecido como “Tio Patinhas” e líder da facção Comando Vermelho, no Amazonas, com dois secretários da pasta de Flávio Dino. Ela faz parte de uma organização que reivindica melhores condições para presos no sistema carcerário.
Em uma das idas a Brasília, Luciane teve a passagem paga pela pasta de Silvio Almeida, o que motivou as convocações do ministro ao Legislativo. Ela se encontrou com o Secretário Nacional de Políticas Penais, Rafael Velasco Brandani, e o Secretário Nacional de Assuntos Legislativos, órgãos vinculados ao Ministério da Justiça — ambos foram denunciados por deputados do Partido Novo, mas não há requerimentos para prestarem esclarecimentos nas comissões da Câmara.