Cúpula da CPI do MST tenta ganhar mais tempo e volta a se reunir com Lira
Base governista diz que relatório não será aprovado, mas oposição articula votos favoráveis no colegiado

Deputados da oposição tentam dar sobrevida à CPI do MST, que deveria votar o relatório nesta terça-feira. O presidente do colegiado, Tenente Coronel Zucco, e o relator, Ricardo Salles, devem se reunir com o chefe da Câmara, Arthur Lira, para tentar adiar mais uma vez a votação do relatório final.
Apresentado na semana passada, o texto seria votado inicialmente no dia 13 de setembro. Lira prorrogou o prazo por uma semana, devido à concentração de esforços dos deputados para aprovação da reforma tributária no primeiro semestre — o que suspendeu reuniões de comissões.
O relatório encontra dificuldades em obter maioria no colegiado, esvaziado pela oposição após o embarque do Republicanos e do Progressistas no governo Lula. O deputado Nilto Tatto, que lidera a base governista no colegiado, disse nesta segunda-feira que o texto não deve avançar.
“Temos a possibilidade de construir maioria, derrotar o relatório do (Ricardo) Salles e mostrar para a sociedade que essa CPI não deveria nunca ter sido instalada”, disse Tatto, em entrevista ao site do PT.
O relator, inclusive, dizia que o deputado petista Valmir Assunção seria indiciado após a investigação. O texto apresentado na semana passada indiciou dez pessoas, mas deixou Assunção de fora, numa tentativa de tornar o relatório mais palatável à situação.