CPI ouve ex-árbitro que seria voz de áudio da propina entregue por Textor
Segundo senadores, Glauber do Amaral Cunha reclama na gravação de não ter recebido pagamento depois de “cumprir sua parte” e marcar um pênalti
A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado vai ouvir nesta segunda, em reunião secreta a partir das 15h, o ex-árbitro de futebol Glauber do Amaral Cunha, que apitou jogos da terceira divisão do Campeonato Carioca e é apontado como autor de um áudio sobre pagamento de propina entregue à comissão pelo acionista majoritário da SAF do Botafogo, o americano John Textor.
Segundo declarações dos senadores que ouviram o áudio na etapa reservada do depoimento de Textor, Cunha reclama de não ter recebido uma suposta propina depois de marcar, premeditadamente, um pênalti para um dos times de uma partida. Não se sabe a data da gravação, a quem foi dirigida nem de quem o ex-árbitro se queixava.
“O árbitro vira e fala (que) depois houve vários agarra-agarra com pênaltis, mas que ele não marcou porque ele cumpriu a parte dele, e só não recebeu a propina que lhe foi prometida”, descreveu o presidente da comissão, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), em uma das reuniões da CPI.
O convite para o depoimento de Cunha é do senador Carlos Portinho (PL-RJ). Ao contrário da convocação, o convite não carrega a obrigatoriedade legal de comparecer. O Radar apurou, contudo, que o ex-árbitro confirmou sua presença à secretaria da CPI.
Na última terça, os advogados de Glauber do Amaral Cunha pediram acesso à gravação atribuída a ele e a outros documentos sigilosos entregues por John Textor, além de ofícios, também sigilosos, que o Ministério Público do Estado do Ceará e a Polícia Federal (PF) enviaram à comissão.