Correios planejam PDV, serviços financeiros e empréstimo de R$ 20 bilhões
Novo presidente da estatal, Emmanoel Rondon diz que só injeção multibilionária de dinheiro pode cobrir o rombo financeiro em 2025 e 2026

O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, anunciou nesta quarta-feira a “primeira fase” do plano de reestruturação operacional e financeira da empresa, que oficializa, entre uma série de medidas, a necessidade de a estatal contrair um empréstimo de 20 bilhões de reais, sem o qual não conseguirá fechar as contas em 2025 e 2026.
O modelo proposto para a tomada desse crédito é o de um consórcio de bancos, afirmou Rondon, “à luz dos resultados que esse pacote de reestruturação vai começar a produzir, com técnica e responsabilidade”. Será preciso obter aval do conselho de administração dos Correios para começar a negociar a operação financeira.
Como parte do plano de ajuste, a empresa vai abrir um novo programa de demissões voluntárias (PDV), a partir de um “diagnóstico da força de trabalho, com um mapa claro de setores da empresa ou de territórios que estão com um desempenho insatisfatório”, para diminuir a “pressão” da folha salarial.
Rondon também elencou, entre as medidas de reestruturação das contas, um programa de “desinvestimento de ativos”, citando a venda de imóveis ociosos dos Correios – sem esquecer que a estatal tenta, há anos, desfazer-se, em leilões, de edifícios abandonados em vários cantos do país.
Anunciou, ainda, que a empresa buscará renegociar contratos com seus maiores fornecedores, “em busca de condições mais vantajosas, sem colocar em risco a segurança jurídica das operações, mas com objetivo de aprimorar contratos vigentes”.
No lado da geração de novas receitas, Rondon disse que os Correios estão “fazendo um esforço de reaproximação com grandes clientes, ao mesmo tempo em que estudam experiências internacionais de atividades que possam ser acopladas à rede logística, sobretudo na área de serviços financeiros”.