Conselho de Ética da Alerj escolhe relator de processo contra Lucinha
Alvo de operação da PF e do MP em dezembro, deputada é investigada por supostamente atuar em benefício de uma das maiores milícias do Rio
O deputado Felipinho Ravis (Solidariedade) será o relator do processo disciplinar no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que pode levar à cassação da deputada Lucinha (PSD), investigada pela Polícia Federal (PF) e pela Procuradoria-Geral de Justiça fluminense por ligação com uma das mais poderosas milícias da capital carioca, localizada na Zona Oeste e conhecida como “Bonde do Zinho”.
Depois que o presidente do Conselho de Ética, Júlio Rocha (Agir), designou Ravis como relator, o colegiado decidiu suspender os prazos do processo disciplinar por 15 dias sob a justificativa de receber provas atualizadas do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) e dar tempo para todos os deputados terem tempo de estudar o caso.
Os integrantes do Conselho de Ética decidiram manter a apuração contra Lucinha sob sigilo, afirmando que seguem a decisão do desembargador Benedicto Abicair, relator do processo no TJ-RJ, e visam preservar as provas do inquérito da Polícia Federal compartilhadas com o órgão disciplinar da Alerj.
A atuação do Ministério Público do Rio investiga a participação e a articulação política de Lucinha em benefício do “Bonde do Zinho”, como um “braço político” do crime organizado. A ação em dezembro foi conduzida pela Procuradoria-Geral de Justiça, já que a deputada tem foro, e levou o nome de “Operação Batismo” devido ao apelido dado a Lucinha por lideranças desse grupo miliciano: “Madrinha”.