Como a transição pretende desmontar a política armamentista de Bolsonaro
Grupo técnico de Justiça e Segurança Pública sugere revogar atos que flexibilizam o porte de armas: ‘o liberou geral foi um fracasso’, disse Flávio Dino

O grupo técnico de Justiça e Segurança Pública se reuniu nesta quinta pela primeira vez desde o início da transição. No encontro, os integrantes da equipe deixaram clara a intenção de revogar diversos atos normativos que flexibilizam o Estatuto do Desarmamento.
O senador eleito Flávio Dino, um dos cotados a assumir o ministério no governo Lula, firmou o compromisso com o coordenador dos grupos técnicos, Aloizio Mercadante, de enviar sugestões de quais normas devem ser revogadas.
“O liberou geral foi um fracasso, aumenta a violência e coloca arma na mão do crime organizado”, afirmou Dino se referindo a facilidade com que colecionadores, atiradores desportivos e caçadores têm para comprar armamento.
A equipe técnica foi dividida em grupos setoriais que enviarão relatórios próprios. Ao fim do processo, os levantamentos serão consolidados em um único documento. “Esse relatório setorial vai ter proposta de revogação e proposta de edição de novos atos normativos”, antecipou o ex-governador do Maranhão.
Uma reunião com o ministro Anderson Torres está marcada para as 15h, na sede do Ministério da Justiça. Apesar das diferenças ideológicas e programáticas, Dino prevê um encontro tranquilo com o ministro. Ele quer deixar claro que não há intenção de desmontar a estrutura da pasta e começar do zero.
“Nós temos compromisso com a continuidade administrativa”.