Comitiva da CPMI preparou democratas para audiência na Câmara dos EUA
Nos bastidores de missão a Washington, parlamentares governistas municiaram democratas com informações para combater narrativa bolsonarista sobre o STF
Oficialmente, foram reuniões institucionais com autoridades na OEA e no Capitólio. Mas, nos bastidores, a missão extraoficial da comitiva da CPMI do 8 de Janeiro que viajou a Washington era preparar deputados do partido Democrata para a audiência “Brasil: Uma Crise de Democracia, Liberdade e Estado de Direito?”, que republicanos e bolsonaristas organizaram na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos na última quarta para alardear uma suposta “ditadura do Judiciário” no Brasil.
O senador Humberto Costa (PT-PE) e o deputado Rogério Correia (PT-MG) se reuniram com assessores democratas para municiá-los com informações para enfrentar a narrativa de que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, estaria promovendo a censura de bolsonaristas. “Salvem a gente com a verdade”, disseram os parlamentares da comitiva da CPMI nas conversas a portas fechadas.
Foram preparados pelos petistas os questionamentos da deputada democrata Sydney Kamlager-Dove ao economista e blogueiro Paulo Figueiredo, neto do general João Figueiredo, último presidente da ditadura militar. Na audiência, a congressista desconcertou o ex-comentarista da Jovem Pan ao perguntar se ele era investigado no inquérito sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e se repudiava o regime militar brasileiro.
Além disso, a comitiva da CPMI também pediu aos democratas a participação como testemunha do professor Fábio Sá e Silva, especialista em estudos brasileiros na Universidade de Oklahoma, para fazer contraponto à narrativa bolsonarista de que o STF comandaria uma “ditadura do Judiciário”.