Com viagem de Lula, governo tenta esfriar pressão por CPMI do INSS
Petista levará em sua comitiva o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, que só decidirá sobre a investigação depois do giro internacional

Com um dos maiores escândalos do INSS rodando a pleno vapor no governo, Lula vai viajar nos próximos dias para a Rússia e a China. As missões oficiais já estavam marcadas quando a Polícia Federal escancarou a bandalha nos corredores da Previdência na gestão petista.
O sentimento de urgência, no entanto, não recaiu sobre o petista, que confirmou as viagens e ainda levará a cúpula do Congresso na carona. Com Davi Alcolumbre na comitiva, qualquer discussão sobre instalação de uma CPMI para investigar as fraudes no INSS só avançarão na segunda metade do mês, se avançarem.
O tempo, avaliam aliados de Lula, será determinante para que a comissão, temida pelo Planalto, saia dos holofotes. É a torcida do governo, mas não a realidade presente nas investigações da Polícia Federal.
As apurações não param de revelar novos esquemas envolvendo o assalto a aposentados país afora. Anunciado na casa dos 6,3 bilhões de reais, o escândalo do INSS pode ser muito maior, segundo conversas recentes envolvendo alvos da PF e advogados.
O Radar mostra, na edição de VEJA que está nas bancas, que já há candidato a delator na investigação. Se as revelações continuarem a surgir e, pior, comprometerem gente importante no governo, não serão as viagens internacionais de Lula que reduzirão a pressão no Parlamento pela CPMI.
Se ajudam o governo a ganhar tempo na discussão do escândalo do INSS, as viagens de Lula comprometem a agenda do país ao atrasar ainda mais as discussões de propostas importantes no Congresso.