Com Regina Duarte no governo, artistas esperam fim do ‘dirigismo cultural’
Atriz conversa com Bolsonaro para decidir se assume Secretaria de Cultura
Regina Duarte só subirá no altar com Jair Bolsonaro depois de amarrar direitinho os termos do casamento, as liberdades que terá na relação e as condições financeiras para tornar-se independente no dia a dia da “casa”.
Apropriando-se da figura de linguagem do momento, é assim que alguns dos principais interlocutores do setor cultural dizem que a atriz, convidada para assumir a Secretaria de Cultura no governo, está se guiando nesses dias de “preliminares”.
“Regina é uma das nossas. Tem 50 anos de carreira e é uma democrata. Só vai aceitar a missão se tiver certeza que não haverá dirigismo cultural no órgão”, diz, por exemplo, o produtor teatral Eduardo Barata.
Se decidir abandonar a carreira na Globo para entrar no circo político do governo, Regina terá de cara um tremendo obstáculo. Sob Bolsonaro, a Petrobras e outras estatais que financiavam projetos culturais país afora simplesmente abandonaram o setor.
Para complicar, o governo passou a realizar uma patrulha de conteúdo para decidir que projetos apoiar financeiramente e que projetos ignorar. Por ter bagagem e conhecimento no setor, Regina terá mais dificuldades em seguir com essa mesma política de “dirigismo cultural”.