Cassado, Deltan dispara contra Alexandre de Moraes e ministros do TSE
Ex-procurador da Lava-Jato disse ter sido culpado por combater crimes e que 'os corruptos e seus amigos estão em festa'
Ao lado de deputados da oposição na Câmara, Deltan Dallagnol comentou nesta quarta a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que decidiu pela sua cassação. O ex-deputado e ex-procurador da Lava-Jato disparou contra os ministros do TSE e criticou, nominalmente, Alexandre de Moraes, presidente da Corte.
“Eles conseguiram que sete ministros superassem decisões e pareceres unânimes anteriores e que me cassaram. Liderados por um ministro, que já disse o Alexandre de Moraes na cerimônia de diplomação do Lula: ‘missão dada, missão cumprida’. Liderados por um ministro, que ao encontrar Lula, certa vez disse: ‘está tudo em casa’”, disse Dallagnol, em discurso no Salão Verde da Câmara.
“Em relação a mim, eles inverteram a presunção de inocência que beneficia tantos corruptos com recursos infinitos, mas para quem combate a corrupção o que vale é a presunção de culpa”, seguiu.
Dallagnol defendeu que foi culpado por lutar contra a corrupção e disse que o ministro Gilmar Mendes, do STF, está em festa, assim como Lula e adversários políticos do petista, que segundo o ex-procurador, fazem parte do “sistema de corrupção”.
“Hoje o sistema de corrupção, os corruptos e seus amigos estão em festa. Gilmar Mendes está em festa, Aécio Neves está em festa, Eduardo Cunha está em festa, Beto Richa está em festa. A verdade é uma só: eu perdi o meu mandato porque eu combati a corrupção e hoje é um dia de festa para os corruptos e dia de festa para Lula”, afirmou.
Eleito com mais de 300.000 votos como deputado federal pelo Paraná, Deltan Dallagnol teve a cassação determinada pela corte do TSE na noite de terça-feira. Os ministros julgaram a candidatura do ex-procurador irregular porque ele pediu exoneração do MP para concorrer às eleições, mas respondia a reclamações dentro da instituição.
Deltan afirmou que a lei é clara, mas que a condenação decorre de suposições. A cassação da candidatura foi baseada na Lei da Ficha Limpa e aprovada por unanimidade no plenário da Justiça Eleitoral.
“Uma primeira suposição de que reclamações poderiam se converter em algum procedimento disciplinar, uma segunda suposição que algum poderia gerar condenação, uma terceira suposição de que alguma condenação poderia ser a demissão e uma quarta suposição de que eu sabia tudo isso.”