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‘Brasil do amanhã’ de Lula não tem compromissos contra corrupção

Petista divulgou documento nesta quinta sem se comprometer a evitar o aparelhamento político que levou petistas e aliados para a cadeia

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 out 2022, 06h30 - Publicado em 27 out 2022, 17h45

A nova carta de Lula ao país tem 2.300 palavras e reúne um misto de falas e propostas apresentadas pelo petista durante entrevistas e comícios nesta campanha eleitoral. No deserto propositivo que virou essa disputa com Jair Bolsonaro, marcada por mentiras e baixarias de ambos os lados, não deixa de ser uma iniciativa importante.

Batizado de “Carta para o Brasil do amanhã”, o documento surpreende mais pelo que não aborda. Nas nove páginas do documento, a palavra corrupção é citada apenas uma vez — e para bater em Bolsonaro e seu “governo que nega a transparência, o acesso público à informação e desestruturou os mecanismos de controle e combate à corrupção”.

Não há compromisso mínimo do petista em evitar o aparelhamento de órgãos estatais e o velho método de roubalheira que saqueou até fundos de pensão de trabalhadores nos governos de Lula e de Dilma Rousseff. Não há garantia mínima de que o BNDES não voltará a financiar a roubalheira em governos amigos com dinheiro dos brasileiros — outra crítica de Bolsonaro que pegou contra Lula.

A carta de Lula diz que a Petrobras e os bancos públicos “terão papel fundamental no novo ciclo” de desenvolvimento econômico do país. Fica para a imaginação do eleitor o que virá depois disso. O clube do bilhão de empreiteiras será reativado neste “novo ciclo”? Os aliados que Lula, eleito, certamente fará no centrão poderão indicar diretores nas estatais e reativar o lucrativo balcão de negócios?

Lula perdeu muitos votos nesta eleição por causa do passado de roubalheira dos governos petistas. Escolheu partir para a campanha e duelar com Bolsonaro sem prestar contas do passado nem se comprometer com o futuro no campo da moralidade. No primeiro turno, admitiu que irá promover o mesmo modelo de alianças e de partilha de poder que levou ao maior escândalo de corrupção do país. A ausência de compromisso com ética e de negação da roubalheira é mais um erro da campanha petista.

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O petista também promete retomar o PAC, programa que deixou ao país um número impressionante de obras paradas e nem iniciadas, mas que drenaram milhões de reais em recursos públicos em ditos “projetos executivos”. O trem-bala ganhou estatal e cabide de empregos, mas até hoje está na galeria de lorotas do governo petista.

Enquanto promete criar uma série de ministérios, inflando o cabide de empregos e os gastos da máquina pública, Lula fala numa “política fiscal responsável”, mas que siga “regras claras e realistas”. Cabe nessa frase qualquer coisa.

A carta de Lula tem o mérito de marcar o fim da aventura autoritária bolsonarista, já que o petista se compromete com a democracia — uma obrigação, mas que nesses tempos estranhos virou algo a ser dito e reafirmado — e de resgatar valores perdidos no atual governo, como a defesa do meio ambiente e a guerra contra as armas.

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“O Brasil não pode mais ficar nas mãos de quem admira a ditadura militar e idolatra monstruosos torturadores. O Brasil não pode ficar entregue a pessoas que questionam nosso processo eleitoral, procurando criar condições para golpes e aventuras totalitárias. O Brasil não pode estar submetido a um governante que agride sistematicamente o STF e o TSE e já ameaçou fechar o Congresso”, diz a carta.

Leia a Carta para o Brasil do amanhã

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