Bolsonaro questiona se ministros do STF ‘querem uma ruptura’
Presidente atacou decisão do Supremo que derrubou a canetada de Nunes Marques que beneficiava um bolsonarista cassado por propagar fake news
Jair Bolsonaro passou esta terça inflamando sua base radical com discurso de golpe e de ataque a ministros do STF. Há pouco, no Planalto, ele deu continuidade aos ataques, chamando o ministro Edson Fachin, o presidente do TSE, de “marxista-leninista e advogado do MST”.
A indignação atual do presidente é com a decisão do STF que confirmou a cassação do deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini por propagar fake news contra o sistema eleitoral.
Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes votaram para derrubar a canetada de Nunes Marques, que beneficiou o bolsonarista e só foi apoiada por André Mendonça. Sobre a decisão dos ministros da Segunda Turma e outras do TSE, Bolsonaro declarou:
“O que eles querem? Querem uma ruptura? Por que atacam a democracia o tempo todo? Aqui não tem ninguém mais homem do que outro, mas nós não podemos nos curvar. Eu não sou dono da verdade nem dono do Brasil. Eu não sou a pessoa mais poderosa, a pessoa perfeita, e assim ninguém o é”.
Pouco antes, ele disse que Fachin, ao convidar um grupo de embaixadores na condição de presidente do TSE para, segundo ele, atacar a Presidência da República de forma indireta, cometeu um “arbítrio, um estupro à democracia brasileira”. E voltou a colocar em xeque a confiabilidade das eleições, dizendo que confia nas máquinas, mas não em quem está atrás delas.
Depois de enumerar uma série de ações do STF “contra” ele e repetir que poderá não cumprir uma eventual decisão desfavorável da Corte sobre o marco temporal para terras indígenas, Bolsonaro disparou:
“Eu sou do tempo que decisão do Supremo não se discute, se cumpre. Eu fui desse tempo. Não sou mais. Certas medidas saltam aos olhos dos leigos. É inacreditável o que fazem. Querem prejudicar a mim e prejudicam o Brasil […] É só pancada, pancada, pancada o tempo todo”.