Bolsonarismo tenta espalhar o caos no país, avaliam ministros do STF
Alexandre de Moraes vai receber as explicações dos advogados de Jair Bolsonaro e pode até mandar prender o ex-mandatário
Povo nas ruas, bloqueio de estradas, mobilização de caminhoneiros… Na avaliação de ministros do STF ouvidos pelo Radar, o bolsonarismo resgatou a cartilha do plano de golpe de Estado e tenta, de novo, espalhar o caos no país.
“Desde o anúncio das sanções do governo de Donald Trump contra a economia brasileira, apoiadores de Jair Bolsonaro buscam retomar o clima de convulsão social visto após a derrota do capitão para Lula, em 2022”, diz um magistrado ao Radar.
Como não há eleição em curso para que se fale em fraude nas urnas, o bolsonarismo luta com a ameaça de barrar as eleições de 2026, com a ajuda dos Estados Unidos, caso Jair Bolsonaro não esteja no pleito. “Se o Brasil não resolver a crise, não haverá eleição em 2026”, disse Eduardo Bolsonaro outro dia.
Tramado dentro do Planalto, durante o governo do capitão, o levante agora tem abrigo no Congresso. Deputados e senadores bolsonaristas se valem de comissões da Câmara para elaborar a estratégia. “Tudo acontece diante do silêncio do presidente da Câmara, Hugo Motta”, diz um ministro.
Não bastasse a bomba tarifária que atingirá todo o setor produtivo, os deputados que apoiam Jair Bolsonaro no Congresso mobilizam suas bases para travar a economia também internamente.
“Sinto uma faísca… E sei que, quando virar chama, não haverá censura, toga ou mentira que apague. Porque o fogo que nasce do povo não morre jamais”, escreveu o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, ao postar um vídeo de manifestantes pró-bolsonaro.
Zé Trovão um deputado eleito por caminhoneiros na esteira dos movimentos bolsonaristas, que levar os motoristas novamente para o asfalto. Os mesmos motoristas que serão duramente afetados pelo tarifaço que Eduardo Bolsonaro cavou nos EUA.
“Estou junto com a categoria do transporte para juntos definirmos qual a melhor estratégia e atitude nesse delicado momento. Todos deveremos lutar pela nossa liberdade e pela justiça. Supremo é o Povo”, escreveu o parlamentar.
O alvo das ameaças é o mesmo de sempre: o STF. O tal “povo”, no entanto, parece menos disposto a arriscar o próprio pescoço para salvar a pele do capitão. Tirando alguns atos isolados convocados para o dia 3 de agosto, nenhuma manifestação relevante foi vista em defesa de Bolsonaro nos últimos dias.
Com apoio dos Estados Unidos, o bolsonarismo exige que o Supremo livre Bolsonaro de todas as investigações e reabilite o ex-presidente — como fez com Lula — para que ele dispute as eleições de 2026. A chantagem torna a reivindicação um ato contra a democracia.
Nesta terça, o ministro Alexandre de Moraes vai receber as explicações dos advogados de Jair Bolsonaro para violações cometidas pelo ex-presidente. Se não ficar convencido, o ministro pode mandar prender o ex-mandatário. A crise, como se vê, está só no começo.
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