Barroso revoga prisão domiciliar de comparsa de Luiz Estevão em escândalo
Fábio Monteiro de Barros Filho foi condenado por desvios na obra do TRT de São Paulo

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou a prisão domiciliar concedida em julho pelo ministro Dias Toffoli ao empresário Fábio Monteiro de Barros Filho, um dos condenados pelo desvio de 1 bilhão de reais da obra do fórum trabalhista de São Paulo nos anos 1990, esquema que envolveu o ex-senador Luiz Estêvão.
Com a decisão de Barroso, o empresário de 64 anos deverá voltar à penitenciária de Tremembé, onde cumpre a pena de 26 anos a que foi condenado pelos crimes de peculato, estelionato majorado, corrupção ativa, uso de documento falso e associação criminosa.
Para pedir a prisão domiciliar ao STF, a defesa de Barros argumentou que, por conta da idade, ele estaria no grupo de risco para o coronavírus — argumento acolhido por Toffoli durante o plantão do Judiciário.
No despacho desta quarta-feira, Barroso, levou em consideração as informações prestadas pelo juízo da execução penal — “saudável, ativo e absolutamente capaz para todos os atos do cotidiano” — e entendeu que caberia ao Tribunal de Justiça de São Paulo analisar o pedido de prisão domiciliar, já que não há urgência.
“Nessas condições, sem desmerecer os fundamentos lançados por ocasião do deferimento da medida cautelar requerida nestes autos, não tenho como acolher a dupla supressão de instâncias requerida na petição inicial deste habeas corpus”, disse o ministro.