Barroso descarta julgar aborto durante sua presidência no STF
"Não adianta o STF querer decidir a questão se 80% da população não entende", diz o presidente do Supremo

Presidente do STF, o ministro Luís Roberto Barroso descartou pautar, durante a sua gestão no comando da Corte, o julgamento da ação que questiona a descriminalização do aborto no país. Barroso assumiu a chefia do tribunal em setembro de 2023 e vai concluir seu mandato no posto fim do próximo ano. Depois dele, Edson Fachin, hoje vice, comandará o Supremo.
O caso chegou a ser discutido na Corte, mas teve sua análise interrompida a pedido do próprio Barroso, que decidiu transferir a questão ao plenário físico do tribunal, num momento de maior amadurecimento da sociedade.
Nesta segunda, o ministro mostrou a jornalistas que segue com o mesmo entendimento sobre o tema. Barroso avalia que o país ainda não evoluiu para enfrentar a questão.
“O debate ainda não está maduro para que o Supremo decida sobre essa matéria. O aborto é um coisa ruim. Ninguém considera que seja uma coisa boa, ninguém defende o aborto como política pública. A sociedade brasileira ainda não faz com clareza uma distinção: Ser contra é diferente de achar que quem precisou fazer por alguma circunstância deve ser preso”, afirmou.
“Não adianta o STF querer decidir a questão se 80% da população não entende”, complementou Barroso.