Associação defende licenciatura a distância em consulta pública do MEC
Abed diz que, na prática, proposta do Conselho Nacional de Educação proibiria a licenciatura EaD, agravando o déficit de professores
A Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) defendeu a preservação de cursos de licenciatura na modalidade EaD em consulta pública do Conselho Nacional de Educação (CNE), subordinado ao MEC.
O prazo para manifestações sobre a proposta do órgão para Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível Superior de Profissionais do Magistério da Educação Escolar Básica vai até esta sexta-feira, 1º de março.
Em sua contribuição, a Abed argumentou que a EaD “é essencial para a formação de professores no Brasil” e que “existem muitos modelos de oferta de EaD de qualidade para todas as áreas do conhecimento, inclusive licenciaturas”.
“O problema da falta de qualidade de alguns cursos de licenciatura não diz respeito à EaD”, afirma o presidente da associação, João Mattar.
O projeto submetido pelo CNE à consulta pública elevaria a carga horária presencial mínima dos cursos de formação inicial em nível superior de profissionais do magistério da educação escolar básica para 50%.
A Abed diz que, na prática, essa exigência representaria a proibição da licenciatura EaD, uma vez que o MEC já sinalizou que só vai autorizar cursos de graduação a distância se as atividades presenciais somarem menos de 30% da carga horária total do curso.
“Teremos, então, apenas licenciaturas presenciais, com o limite de 40% de carga horária a distância (…) Considerando-se que a Educação a Distância foi a principal responsável pelo grande crescimento do número de professores no Brasil, assim como pela inclusão de inúmeros municípios que não ofereciam ensino superior em nosso país, apesar de ainda continuarmos com déficit, como o Brasil atingirá suas metas e como formará professores daqui por diante?”, questiona a associação na manifestação sobre a proposta do CNE.