Assassino gritou ‘Aqui é Bolsonaro’ ao atirar em petista, diz vigilante
Depoimento consta do relatório final da polícia; no inquérito, delegada concluiu que crime não foi político e nem motivado por ódio
A vigilante Daniele Lima dos Santos afirmou à Polícia Civil do Paraná que Jorge Guaranho, assassino de Marcelo Arruda, gritou “Aqui é Bolsonaro” antes de efetuar os disparos contra o petista.
O depoimento consta do relatório final da polícia, divulgado na íntegra na noite da última sexta-feira, 15. No mesmo dia, a delegada responsável pelo caso concluiu que não havia como apontar que o crime foi político ou motivado por ódio.
No relato, Daniele afirma que, na noite do crime, estava fazendo ronda na região em que ocorria a festa de aniversário quando visualizou um veículo entrando no clube. Pouco depois, ouviu o condutor do automóvel gritando “Aqui é Bolsonaro”.
A vigilante conta que prosseguiu com a ronda na rua e que avistou o mesmo veículo saindo bruscamente do local. Depois de certo tempo, viu o mesmo veículo se aproximando de volta, em alta velocidade — ela narra que quase foi atropelada e que teve que jogar sua moto para o lado, pois percebeu que o motorista — Jorge Guaranho — não ia parar.
O homem entrou rapidamente na associação com o carro e poucos instantes depois ouviu o mesmo dizer, novamente, “Aqui é Bolsonaro”, juntamente com palavras de baixo calão e, logo em seguida, passou a ouvir vários disparos de arma de fogo.
Um minuto depois, Daniele e um colega acionaram a polícia. Ela também respondeu aos investigadores que enviou um áudio ao seu chefe relatando que um indivíduo gritando “Bolsonaro” quase a havia atropelado.
Na última sexta, a delegada responsável pelo caso concluiu que não há como apontar que o crime foi político ou motivado por ódio. José Guaranho será indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe, afirmou a polícia.
A decisão foi contestada pelos advogados que representam a família de Marcelo Arruda, que apontaram uma série de irregularidades no decorrer das investigações.
“Estamos reunindo elementos para ver quais ações adotar. A priori, as questões apontadas indicam que o inquérito foi maculado por uma investigação insuficiente“, disse ao Radar o advogado Daniel Godoy Júnior.