As pontas soltas que Moraes quer decifrar sobre convite de Trump à posse
Ministro questionou envio do documento ao e-mail do filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro

Na última quarta-feira, 8 de janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou ter sido convidado para a cerimônia de posse do presidente Donald Trump, em Washington, marcada para o próximo dia 20, e pediu que o STF liberasse seu passaporte para a ida ao evento. O documento foi apreendido pela PF em fevereiro de 2024 durante uma investigação sobre uma possível tentativa de golpe de Estado.
Contudo, em resposta aos advogados do ex-presidente, Moraes afirmou que precisa de mais provas que comprovem a existência do convite feito pelo republicano a Bolsonaro. Isto porque, segundo o ministro, a mensagem com a suposta convocação foi enviada para o e-mail do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pelo endereço “info@t47inaugural.com”, que Moraes classificou como “não identificado”. Além disso, o magistrado afirmou que o convite é desprovido de “qualquer horário ou programação do evento a ser realizado”, praxe em grandes eventos.
Além da cópia do e-mail, a defesa de Bolsonaro juntou ao pedido um outro convite relacionado a um evento da comunidade hispânica nos Estados Unidos, o que seria uma homenagem ao próximo Secretário de Estado daquele país, o senador Marco Rubio.
O documento tinha por objetivo tentar convencer o magistrado de que a presença de Bolsonaro nos Estados Unidos era, de fato, requisitada, mas não foi suficiente. Além de determinar que a defesa do ex-presidente apresentasse o convite formal para a saída do capitão do país, o ministro do STF encaminhou o caso à Procuradoria-geral da República (PGR) para que se manifeste sobre a devolução do passaporte e sobre a ida do ex-mandatário ao exterior.