As escalas de Lula na volta para casa viraram um perigo
Fala do petista sobre escravidão acabou alimentando a oposição nas redes

Em abril, no fim de uma escala nos Emirados Árabes, já no caminho de volta da viagem que havia feito à China, Lula criou uma crise com europeus e com os Estados Unidos por uma fala sobre a guerra na Ucrânia.
“A paz está muito difícil. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não toma iniciativa de paz, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando a contribuição para a continuidade desta guerra”, disse o petista.
A fala acabou ofuscando a agenda dos dias anteriores e ganhou espaço no noticiário no momento em que o governo buscava deixar em evidência os resultados da viagem oficial de Lula.
Nesta quarta, o fenômeno se repetiu. Lula, depois de uma importante viagem para a Bélgica — onde colheu resultados positivos sobre diferentes temas na pauta entre União Europeia e Mercosul –, fez escala em Cabo Verde. Em sua entrevista final, acabou escorregando numa fala sobre escravidão.
“Nós, brasileiros, somos formados pelo povo africano. Nossa cultura, nossa cor e nosso tamanho são resultado da miscigenação de índios, negros e europeus. E temos uma profunda gratidão ao continente africano por tudo que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso país”, disse Lula.
O petista, é evidente, falava da dívida histórica do Brasil com a África, mas, do jeito que foi construída, a frase acabou virando notícia por outros motivos e deu munição à oposição nas redes sociais.
As escalas de Lula, na volta para casa, como se vê, viraram um perigo.