As empresas (nem tão) solidárias de Doria
Uma das donatárias é responsável por obras de ciclovias na cidade

O prefeito João Doria agradeceu publicamente as empresas “solidárias” que doaram os serviços de revitalização da Ponte Estaiada, em São Paulo. A Jofege Pavimentação e Construção Ltda doou os equipamentos de iluminação e a A.P.V. Wienand Organização de Eventos ficou responsável pelo fornecimento do serviço de limpeza da ponte.
Mas talvez elas não sejam tão solidárias assim…
A Jofege é figurinha carimbada na administração do município. No começo do ano passado, a Promotoria pediu a condenação do ex-prefeito Fernando Haddad por suposta improbidade administrativa na ampliação da malha cicloviária da cidade.
Adivinha quem estava envolvida com a obra? Justamente a Jofege.
Além disso, a ciclovia da Faria Lima teve que ter seu preço revisto por suspeita de superfaturamento. Inicialmente ela foi orçada em R$ 54,7 milhões, mas após um ano o preço subiu para R$ 63,8 milhões, após pedido da Jofege, responsável por mais essa obra. O pedido chamou atenção do TCU, que descobriu que a construtora foi contratada sem licitação.
Após revisão da prefeitura, o preço ficou bem abaixo do planejado: R$ 27,6 milhões. O resto é história.
Já a segunda empresa donatária para a revitalização da Ponte Estaiada é de propriedade do empresário alemão Max Frederik Wienand. Ele é dono da Maxtreme, empresa que organiza atividades radicais, como saltos de bungee jump, queda livre e tirolesa.
O problema é que Wienand responde por três processos por acidentes nas suas atrações. A morte de uma jovem de 19 anos e de um homem de 35, além do ferimento de um vendedor, de 24. Em seu site, a empresa se orgulha em ostentar a prefeitura de São Paulo como um de seus clientes. O empresário se comprometeu a ajudar nas investigações.