Apoiado por Lula, governador de Alagoas é afastado do cargo pelo STJ
Petista fará caminhada em Maceió na quinta
O governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), foi afastado do cargo nesta terça por decisão da ministra Laurita Vaz, do STJ. A PF e o MPF cumpriram 31 mandados de busca e apreensão em imóveis vinculados aos investigados. De acordo com os órgãos, a “Operação Edema” apura a prática de desvios de recursos públicos desde 2019 no âmbito do poder público do estado. A investigação apontou a ocorrência dos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
Ainda segundo a PF e o MPF, as medidas cautelares incluem ordem de sequestro de bens e valores que chegam a 54 milhões de reais, entre eles dezenas de imóveis. A decisão do STJ impede que os investigados — cujos nomes não foram revelados porque o inquérito permanece sob sigilo — mantenham contato entre si a partir desta terça e sejam proibidos de frequentar os órgãos públicos envolvidos na investigação.
Ex-presidente da Assembleia Legislativa, Dantas foi eleito em maio desse ano, em eleição indireta, para um mandato-tampão, depois que o governador Renan Filho (MDB) deixou o cargo para disputar o Senado. O filho do senador Renan Calheiros (MDB) foi eleito para se juntar ao pai no último dia 2. O vice-governador José Wanderley, também do MDB, deve ser notificado para assumir o governo.
Apoiado por Lula e pelos Calheiros no estado, o emedebista disputa o segundo turno das eleições para o governo do estado contra Rodrigo Cunha (União Brasil) — ele obteve 46,64% dos votos válidos contra 26,79% do adversário, que é apoiado por Arthur Lira.
O ex-presidente, aliás, tem um ato de campanha marcado para esta quinta em Maceió, no qual deveria caminhar ao lado do governador.