Apesar do fiasco, governo deve ter maioria para controlar CPMI do INSS
Oposição conseguiu mudar o comando da investigação, mas não terá votos suficientes para impor sua agenda ao colegiado

A instalação da CPMI do INSS, nesta quarta, foi um grande fiasco para a ministra Gleisi Hoffmann e para os líderes da base do governo no Congresso. Diante do cochilo dos governistas, deputados e senadores da oposição conseguiram mudar os nomes escolhidos por Davi Alcolumbre e por Hugo Motta para a presidência e relatoria dos trabalhos.
A derrota do senador Omar Aziz, um nome aceito pelo governo, na votação contra o senador Carlos Viana, o candidato dos bolsonaristas, foi comemorada pelos bolsonaristas como uma guinada definitiva no rumo das investigações, impedindo uma blindagem ao governo Lula.
Na prática, no entanto, a história é outra. A base do governo deve ter a maioria dos integrantes no colegiado e, com isso, conseguirá controlar os trabalhos na comissão.
Com a blindagem da maioria, as sessões da CPMI tendem a se tornar um palco político para discursos inflamados e pouco avanço nos trabalhos, já que as convocações, quebras de sigilo e outros atos da investigação serão disputadas duramente entre governistas e bolsonaristas.