Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99
Imagem Blog

Radar

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Notas exclusivas sobre política, negócios e entretenimento. Com Gustavo Maia, Nicholas Shores e Pedro Pupulim. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Ao “rir” dos alertas de Kassab, Lula se parece cada vez mais com Dilma

Fraqueza do ministro da Fazenda e a sangria eleitoral do governo são imagens consolidadas que o presidente finge não ver

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jan 2025, 16h05 - Publicado em 30 jan 2025, 16h01

Correndo atrás da popularidade perdida, o presidente Lula decidiu conversar com jornalistas, nesta quinta, no Planalto. O evento foi comunicado aos veículos de imprensa poucas horas antes do início e ocorreu um dia depois de o petista ouvir duras verdades de aliados do governo. Como ficou feio, o petista precisava responder.

Na quarta, vazaram as declarações do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, num evento com investidores, sobre a debilidade eleitoral de Lula — “um candidato forte, mas que perderia a eleição se fosse hoje” — e a fragilidade de Fernando Haddad na Fazenda: “Vemos uma dificuldade do ministro Haddad de comentar. Ele é um ministro fraco”.

Na mesma linha de Kassab, o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, afirmou ao Globo que Lula comanda hoje um “governo sem rumo” e que a tendência da sigla, que tem cargos na máquina petista, é seguir com a centro-direita em 2026.

Durante a conversa com jornalistas, Lula buscou transparecer otimismo, ainda que, em alguns momentos, tenha flertado com o negacionismo e demonstrado viver no mesmo universo paralelo já habitado por Dilma Rousseff em outros tempos no Planalto.

Quando eu vi a história do companheiro Kassab, eu comecei a rir”, disse Lula sobre as declarações do cacique aliado.

Continua após a publicidade

Em 2015, quando já sofria com o isolamento no Parlamento e fortes índices de impopularidade, Dilma também desdenhava de aliados que buscavam alertá-la sobre o declínio de seu governo.

Lula, diferentemente de Dilma, ainda não está sob risco de impeachment, mas enfrenta uma onda de descrédito que lembra o início da tormenta sobre a “presidenta”. As principais forças econômicas do país, ainda que insatisfeitas com esse governo, querem que a gestão termine em 2026, de preferência, com a aposentadoria do petista e de Jair Bolsonaro na carona.

O erro de Lula está em insistir no negacionismo fiscal — descartando ajustes e insistindo em ignorar a conjuntura econômica — e fazer de conta que não percebe a fragilidade de seu principal ministro do governo.

Continua após a publicidade

Quando um político calculista como Kassab, que quase nunca coloca a cara na rua para mostrar o que pensa, diz que o ministro da Fazenda é fraco, é porque essa imagem está mais do que cristalina.

Na política, os rótulos costumam ser perigosos quando encaixados perfeitamente ao personagem. Michel Temer sofreu com a imagem de vice decorativo no governo Dilma, mas não conseguia negar essa realidade.

A fragilidade de Haddad vai na mesma linha. A diferença, em algumas rodas do mercado, é que a constatação é feita com certo ar de lamento — “Haddad tem boas ideias, pena que não tem força para implementá-las” — e não de crítica, como soou Kassab: “É um ministro fraco”.

Continua após a publicidade

Lula, a futura ministra palaciana Gleisi Hoffmann e o chefe da Casa Civil, Rui Costa, têm especial responsabilidade nessa aura de fragilidade que envolve Haddad no governo.

Quando avisou que daria entrevista, nesta quinta, sobre tema livre, o petista lançou no ar a esperança de que pudesse, de fato, sair em defesa do chefe da Fazenda.

Ele até tentou, mas o negacionismo falou mais alto: “Haddad é um ministro extraordinário na Fazenda… Rombo fiscal existiu no governo passado, de quase 2,6%. No nosso não houve”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.