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Ao buscar STF, Lula tenta evitar que Congresso tire a tinta de sua caneta

Sem maioria no Parlamento, presidente sabe que não tem condições de evitar novas derrotas; só resta governar por decreto e com a ajuda do Judiciário

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 jul 2025, 17h22 - Publicado em 1 jul 2025, 16h43

Chefe de um governo com baixa influência no Congresso, Lula autorizou, nesta terça, que a AGU buscasse o STF para tentar manter o aumento de imposto instituído por ele no decreto do IOF.

Mais do que uma tentativa de confrontar o Legislativo, o que Lula faz, segundo seus auxiliares, é lutar pela própria sobrevivência, tentando, ainda que com ajuda do Supremo, manter o poder de suas decisões diante do Parlamento.

“Se ficasse calado, vendo o Congresso tirar a tinta de sua caneta presidencial, Lula poderia entregar logo a chave do Planalto ao Hugo Motta e o Alcolumbre”, diz um ministro do governo.

Esse é um grande dilema para Lula. Desde que chegou ao Planalto, o petista escolheu entregar as pastas mais importantes e os maiores orçamentos ao PT. Para governar, ele precisaria de outros sócios importantes no Legislativo, mas não trouxe para dentro do Planalto, onde o jogo é jogado de fato, nenhum partido centro.

Lula tinha influência política quando era popular e guardava a chave do cofre das emendas parlamentares. Como é o dinheiro que dita fidelidade em Brasília, o petista conseguiu governar com ampla base parlamentar nos primeiros dois mandatos. Agora que esse poder sobre o cofre passou ao Congresso, o petista acabou ficando retardatário diante de partidos cada vez mais poderosos e abastecidos com verbas públicas — os bilhões das emendas, do fundo partidário e do fundo eleitoral — e menos obrigados a se mostrarem fieis nas votações.

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Permitir que o Congresso, dominado pelo centro e pela direita reescreva e derrube suas decisões seria o equivalente a cair sem lutar, como diz o auxiliar do petista. Lula, no entanto, parece já ter perdido uma batalha importante. Não tem e não terá o apoio político para implementar sua agenda de reeleição.

Com as críticas disparadas ao Legislativo nessa crise do IOF, Lula assume o papel de presidente que não consegue governar por causa dos opositores no Parlamento.

Admite seus limites como chefe do Executivo, mas ganha um trunfo: poder culpar o Congresso por tudo que não for realizado daqui para frente, ainda que os fracassos sejam colhidos por obra da própria incapacidade do Executivo.

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O caminho não é novo. No governo passado, Jair Bolsonaro também usou o Congresso e o STF como muletas para sua falta de resultados no Planalto.

Assumindo o papel de pai dos pobres que luta contra as elites — ainda que tenha ele próprio ganhado 27 milhões de reais em palestras bancadas por empreiteiras da Lava-Jato e outras empresas, entre 2011 e 2014 –, Lula tentará vencer nas urnas com a mesma fórmula de outras campanhas eleitorais. Pode não ser o suficiente, como quase não foi em 2022, mas é o que restou ao petista.

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