Advogado de militar do Exército confronta Moraes em julgamento no STF
'Vossa Excelência ultrapassou os limites legais ao conduzir a audiência do colaborador Mauro Cid', disse o defensor de Hélio Ferreira Lima

A Primeira Turma do STF começou a julgar, há pouco, o chamado “núcleo 3” da denúncia apresentada pela PGR contra integrantes do governo de Jair Bolsonaro que tramaram um golpe de Estado.
Durante a sessão, a defesa do tenente-coronel Hélio Ferreira Lima afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo, “ultrapassou limites legais” ao conduzir a audiência do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
Segundo o advogado Luciano Pereira Alves, Moraes já teria escolhido uma “verdade” em torno do caso, que o fez conduzir a investigação de modo que Mauro Cid mudasse sua versão entre um depoimento e outro. A mudança de versões apresentada pelo ex-ajudante de ordens se alinharia com o relatório final da investigação apresentado pela Polícia Federal à PGR, além de prejudicar Hélio Ferreira Lima.
“Quando o ministro Relator fala que havia uma série de mentiras na delação premiada de Mauro Cid, ele estava demonstrando cabalmente que já havia escolhido uma verdade. Só discerne uma mentira aquele que conhece a verdade. Até então nós só tínhamos um relatório da Polícia Federal. Ou seja, elementos informativos de inquérito que sequer eram prova, mas foram suficientes para que o ministro constatasse uma verdade e discernisse uma mentira”, alegou a defesa.