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A voz solitária de Marina enquanto Lula deixava a boiada passar no Senado

Aprovação do novo licenciamento ambiental revela um governo perdido em crises e desatento aos temas prioritários ao país

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 Maio 2025, 17h40 - Publicado em 22 Maio 2025, 17h29

Para especialistas em meio ambiente, a boiada anunciada no governo de Jair Bolsonaro, barrada naqueles anos por um forte barulho da sociedade e dos partidos de esquerda, passou forte pelo Senado nesta quarta, quando a Casa aprovou, com amplo apoio da base governista e silêncio quase absoluto de aliados de Lula, o projeto do novo Marco do Licenciamento Ambiental.

Para os patrocinadores da matéria relatada pela ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, a senadora Teresa Cristina, a nova lei, nascida no gabinete de um deputado do PT há 17 anos, representa o passo que faltava para o Brasil entrar numa nova era de desenvolvimento. Estivesse Bolsonaro no Planalto, o país estaria mergulhado em protestos, hoje abafados pelas verbas públicas que voltaram a jorrar nos movimentos amigos do petismo.

A simplificação do licenciamento, feita sob medida para permitir exploração de petróleo e outros projetos de interesse de governos de turno, e o fim da exigência para atividades agropecuárias, entre outros pontos, levaram a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a classificar a proposta de “risco a segurança ambiental”, algo que “representa desestruturação significativa do regramento existente sobre o tema no país”. A nota oficial saiu tarde, quando senadores já avançavam para votar o texto em plenário, nesta quarta.

Voz solitária num governo em que até o presidente da República critica uma certa “lenga-lenga” do Ibama, Marina creditou a derrota, chamada assim apenas por ela, ao frágil poder de influência do Planalto sobre sua base parlamentar. Numa fala no Rio, a ministra anunciou que continuará negociando com o Parlamento para tentar barrar o texto — “inconstitucional” na visão dela — e convocou a sociedade a lutar contra a proposta.

É o que restou ao projeto petista hoje dividido entre a busca por popularidade a qualquer custo e o dever de continuar coerente com o discurso de campanha nos idos bolsonaristas.

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Em outros tempos, Marina Silva pediu demissão do governo Lula por considerar que derrotas como essa comprometiam o propósito do trabalho ambiental que ela representava na esplanada. Hoje, sem poder cobrar alguma reação de Lula, um presidente politicamente fraco, a ministra escolheu seguir esgrimando com as armas que tem — recorrer ao STF e olhe lá.

No atual governo, aliados de Marina listam pelo menos três derrotas enfrentadas pela ministra: a pavimentação da BR-319, na Amazônia, a licença para exploração de petróleo na margem equatorial e, agora, a flexibilização do licenciamento no país. Argumentos não faltam para defender os projetos e eles foram suficientes até agora para manter o ritmo do trator.

Tudo isso a poucos meses da COP30, num governo que ainda ontem chorava os efeitos da crise climática que devastou o Rio Grande do Sul pelo excesso de chuva e outras regiões do país pela seca. Um país que ardeu em queimadas, mas insiste em ignorar o passado em nome de um futuro que nunca chega.

Normas podem ser modernizadas, mas devem passar por revisão num processo atento de debate monitorado pelo presidente da República e seus técnicos, coisa que Lula — e suas viagens internacionais descoladas da realidade do país — nem se interessou em realizar.

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