A tentativa frustrada de Lula de emplacar vice de João Campos no Recife
Petistas já não têm nenhuma esperança de que o popular prefeito abra espaço para alguém do partido na sua chapa à reeleição

A visita do presidente Lula ao Recife nesta semana foi vista no PT como a última tentativa de pressionar João Campos a aceitar ter alguém do partido como vice na sua chapa à reeleição.
Nos bastidores, no entanto, os petistas já não têm nenhuma esperança de que o popular prefeito e virtual candidato do PSB a governador de Pernambuco em 2026 faça essa concessão.
Enquanto isso, já trocam acenos com a governadora Raquel Lyra, do PSDB, de olho nas próximas eleições.
Em entrevista às Páginas Amarelas, em maio, o filho de Eduardo Campos e bisneto de Miguel Arraes foi questionado sobre o pleito do PT sobre a vaga de vice e as tratativas para sua chapa.
“Há o tempo da política e há o tempo da sociedade. Muitas vezes a política tem pressa para construir isso. Eu quero formar uma frente. Foi assim que meu bisavô fez, foi assim que meu pai fez quando foi candidato a governador — montaram arcos amplos que representassem um conjunto de forças e de ideias. A consolidação disso ocorre no período das convenções. A construção da chapa majoritária se dá nesse momento, quando você consolida os partidos e consegue definir quem vai fazer parte dela. Não tem nome definido nem descartado”, respondeu, dois meses atrás.
Em tempo: os partidos e federações poderão realizar as convenções sobre candidaturas e coligações entre 20 de julho e 5 de agosto. Depois, terão até 15 de agosto para registrar os nomes na Justiça Eleitoral.
“Frente não é feita apenas por dois partidos”
Questionado nesta quinta-feira, dois dias após a visita de Lula, sobre a indicação do ex-vereador petista Mozart Sales para ser seu vice e se já decidiu qual será a composição da sua chapa, o prefeito respondeu que o PSB e o PT delegaram às respectivas executivas nacionais a condução das eleições em quatro ou cinco cidades, entre elas o Recife.
“E isso tá sendo discutido entre os partidos e, sobretudo, entre a frente, uma frente de partidos que não é feita apenas por dois partidos, mas por mais partidos também. E essa discussão vai ser feita de forma muito tranquila, muito equilibrada, e com um dia para tomar a decisão, que é o dia das convenções partidárias. Então é isso que eu tenho dito de forma muito transparente a todo mundo que pergunta como é que essa condução se dá”, declarou, em sabatina da Folha de S.Paulo e do UOL.