A negociação da aliança entre o PP de Lira e JHC em Maceió
Davi Davino afirma que grupos políticos vão decidir nos próximos 15 dias se ele vai sair a vice do atual prefeito ou encabeçar outra chapa
Diante da resistência do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), a preencher a vaga de vice em sua chapa à reeleição com uma indicação de Arthur Lira (PP), o presidente da Câmara, segundo aliados, estaria inclinado a cindir a aliança e lançar um nome do próprio partido na disputa. Lira, no entanto, nega esse caminho — veja abaixo.
ATUALIZAÇÃO, 13H15 — Ao Radar, Arthur Lira garantiu que estará com JHC na disputa e que o PP vai indicar o vice na chapa do prefeito.
Dividir o grupo anti-Calheiros agora significaria embaralhar o cenário para as eleições gerais daqui a dois anos, quando Lira pretende candidatar-se ao Senado. O cacique tenta exercer um acordo segundo o qual, se reeleito, JHC deixaria a prefeitura em 2026 para concorrer ao governo, formar a chapa com ele e polarizar com o MDB.
Para isso, o presidente da Câmara quer um nome do PP na vice do atual prefeito em outubro deste ano, que assumiria o Executivo municipal mais à frente. Um dos cotados é o ex-secretário de Relações Federativas de Maceió Davi Davino Filho.
JHC, no entanto, vem flertando com um caminho alternativo: lançar o senador Rodrigo Cunha (Podemos) na vice, levando a primeira suplente Dra. Eudócia, que é mãe do prefeito, a assumir o mandato em Brasília. Em vez de disputar o governo em 2026, como planeja Lira, JHC sonha com uma das duas vagas ao Senado em jogo daqui a dois anos.
Ao Radar, Davi Davino Filho reconheceu a possibilidade de cisão do grupo anti-Calheiros e afirmou que se colocou à disposição de Lira para ser um “soldado” do PP, seja como candidato a vice na chapa de JHC ou na cabeça de chapa própria do partido do presidente da Câmara.
De acordo com Davino, as negociações entre Lira e o prefeito de Maceió nos próximos 15 dias serão determinantes para firmar ou romper o acordo sobre a vice na eleição municipal e, consequentemente, os rumos da chamada “república de Alagoas”.