A mensagem que prova que Mauro Cid sabia que estava cometendo crime
‘Só dá pena pq estamos falando de 120 mil dólares. Hahaaahaahah’, disse o auxiliar de Bolsonaro após tentar leiloar kit de joias da Chopard

As trocas de mensagens de Mauro Cid analisadas pela Polícia Federal provam que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi alertado sobre restrições à venda, no exterior, de presentes do acervo privado do ex-presidente e, portanto, sabia que estava cometendo um crime ao investir nas negociatas.
Também ex-auxiliar de Bolsonaro, Marcelo Câmara advertiu Cid em 13 de fevereiro de 2023 de que qualquer doação ou venda de itens do acervo privado deveria ser informada à Documentação Histórica da Presidência.
Eles conversavam sobre um kit de joias da Chopard, dado de presente pelo regime da Arábia Saudita a uma comitiva brasileira, que Cid havia tentado, sem sucesso, leiloar por a partir de 120.000 dólares na loja Fortuna Auction, em Nova York.
“Mas o senhor quer informar a comissão e a gente põe para vender?”, pergunta Cid. Câmara responde: “Não vou informar nada. Eu prefiro não informar pra não gerar estresse entendeu? Já que não conseguiu vender, a gente guarda. E aí depois tenta vender em uma próxima oportunidade”.
Diante dos alertas, Cid afirma: “Só dá pena pq estamos falando de 120 mil dólares. Hahaaahaahah”. Câmara concorda, mas acrescenta: “O problema é depois justificar e para onde foi. De eu informar para a comissão da verdade. Rapidamente vai vazar”.
Antes de viajar com Bolsonaro para os Estados Unidos em 30 de dezembro, Cid escaneou os certificados de origem de um anel, um par de abotoaduras, um rosário e um relógio da Chopard, todos de ouro — os mesmos que tentou leiloar em Nova York.