A cartada de Kalil para forçar ida ao segundo turno em Minas
Ex-prefeito de Belo Horizonte adere ao discurso ambientalista e aposta em críticas à mineração irresponsável
A 10 dias das eleições, Alexandre Kalil (PSD) quer colar a imagem de “destruidor do meio ambiente” ao governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo). O ex-prefeito de Belo Horizonte não perde oportunidades de lembrar ao segundo maior colégio eleitoral do país sobre a tragédia de Brumadinho, que vitimou 270 pessoas após o rompimento de uma barragem na região metropolitana da capital há três anos.
Nesta quarta, em entrevista à Record de Varginha, no interior do estado, Alexandre Kalil relacionou a injeção econômica em Minas às indenizações do desastre ambiental. “Não houve investimento em Minas Gerais. O que tem de dinheiro é grana da mineradora por causa do rompimento da barragem de Brumadinho. A dívida do Estado só aumentou. Consulta lá o balanço, gente. É só ver”, disse em sabatina.
Mais cedo, no Twitter, Kalil se apoiou em publicação do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), que assumiu após a renúncia de Alexandre, para criticar o atual governador. Ele fez coro ao posicionamento do chefe do Executivo da capital em uma discussão com Zema sobre a preservação da Serra do Curral, local autorizado para mineração pelo Conselho Estadual de Política Ambiental. O licenciamento foi concedido na madrugada de 30 de abril, após 18 horas de reunião.
Integrantes da campanha do PSD mineiro afirmam que as críticas à gestão ambiental é a segunda estratégia mais usada por Kalil na corrida eleitoral. Ele ainda pretende atacar as doações de donos de mineradoras ao Novo, partido do líder disparado nas pesquisas, Romeu Zema. A principal tática ainda é a tentativa de herdar os votos de Lula no estado. O plano, porém, parece não surtir efeito se compararmos as intenções de voto para presidente e governador.
Na última pesquisa Ipec, divulgada nesta terça, a vantagem de Zema para Kalil foi de 16 para 17 pontos percentuais. O candidato à reeleição aparece com 46% das intenções de voto contra 26%. Já na corrida ao Palácio do Planalto, o levantamento mostra o apoio de 46% dos mineiros a Lula, contra 36% para Bolsonaro.
O levantamento entrevistou 2.000 eleitores entre os dias 17 e 19 de setembro. A margem de erro é de dois pontos e a pesquisa foi registrada no TSE sob o nº MG-03406/2022.