A “caixa-preta” das caronas de poderosos em aviões da FAB
Vôos requisitados por "altas autoridades" não precisam revelar nomes de convidados que acompanham figurões da República
A Aeronáutica enviou ao TCU, recentemente, dados sigilosos de quem pegou carona em voos da FAB de Lula e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, do chefe do STF, Luis Roberto Barroso, e dos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco.
Em maio, o plenário do TCU decidiu determinar que todos os vôos da FAB — incluindo os nomes do requisitante e de toda a tripulação — fossem identificados em transparência ativa pela internet, com acesso a qualquer cidadão.
Na ocasião, a Corte concordou com o pedido do ministro da Defesa, José Múcio, e manteve sob sigilo apenas os vôos requisitados por altas “autoridades” quando houvesse alegação de segurança: presidente e vice-presidente da República, presidentes da Câmara e do Senador e ministros do STF.
O TCU devolveu a lista ao Comando da FAB, por receio de vazamentos dos nomes que voaram com essas autoridades — e suspeita que os dados foram enviados para fabricar constrangimento entre a Corte e “altas autoridades” beneficiadas pelo sigilo de suas caronas. Afinal de contas, vai que aparece alguém que não era para voar tão alto assim.
Muitos ministros de Lula, por causa disso, precisam divulgar a lista de caronas. Há de tudo lá. De assessores a cônjuges, amigos e políticos voando de FAB.