Setor de energia é destaque em semana com primeira alta da bolsa em agosto
Após 13 quedas seguidas, Ibovespa tem leve alta; Eletrobras e Petrobras ficaram sob holofotes
VEJA Mercado | Fechamento da semana | 14 a 18 de agosto
Interrompendo uma sequência de 13 quedas seguidas, o Ibovespa, principal índice do mercado financeiro, registrou leve alta na sexta-feira, 18. O indicador encerrou o dia em cerca de 115 mil pontos e com saldo positivo de 0,37% nas operações, o primeiro deste mês de agosto. No entanto, amargou duras perdas ao longo da semana, derretendo 2,25% no acumulado dos últimos cinco pregões. A tendência, que dura mais de duas semanas, é reflexo de maus presságios no cenário externo, a exemplo da expectativa de novas altas nos juros americanos. No cenário interno, duas empresas do setor de energia ficaram sob os holofotes ao longo da semana, a Petrobras e a Eletrobras — com variações de 3,41% e -7,79% em suas ações, respectivamente, ao longo do período.
Na última terça-feira, 15, a Petrobras anunciou um reajuste nos preços dos combustíveis vendidos nas refinarias. O preço do litro da gasolina subiu 41 centavos, aumento de 16,3%, enquanto o do diesel foi elevado em 78 centavos, ajuste de 25%. Trata-se do primeiro aumento do preço praticado pela estatal desde janeiro. Até então, a companhia vinha cortando os valores sucessivamente, o que, em meio a um cenário de alta do petróleo no mundo, gerou preocupações quanto à sua responsabilidade fiscal. Apesar do mais recente reajuste, os preços praticados pela Petrobras ainda apresentam alguma defasagem frente ao mercado internacional. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina e o diesel estão 14% e 10% defasados, respectivamente. A expectativa é de que a estatal continue elevando seus preços, mas sem repassar toda a alta internacional ao consumidor.
O reajuste promovido pela Petrobras foi bem recebido pelo mercado, e os papéis da empresa subiram cerca de 5% pouco depois do anúncio. Já a Eletrobras, também do ramo de energia, despencou ao longo dos últimos pregões. Horas após a renúncia do então presidente da empresa, Wilson Ferreira Junior, ter sido tornada pública, um apagão atingiu 25 estados e o Distrito Federal. Uma falha nas instalações de uma subsidiária da Eletrobras foi apontada como causa pelo governo federal. Houve quem atribuísse o ocorrido à recente privatização da companhia, que sofreu uma série de ataques nas redes sociais. A instabilidade em sua direção e a perda de credibilidade em meio à crise de energia pegaram mal para a empresa.
Para ficar no radar dos investidores, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a votação definitiva do arcabouço fiscal deve ocorrer na próxima semana. Em meio a uma série de desencontros com o governo federal, o chamado Centrão, na figura de Lira, tem sido pouco proativo na tramitação de matérias importantíssimas para o Executivo. O arcabouço, em especial, é fundamental para o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) que tratará do orçamento para 2024. O ministro Fernando Haddad pôs lenha na fogueira na última segunda-feira, 14, quando criticou o acúmulo de poder da Câmara frente ao Executivo e ao Senado. O relator do arcabouço fiscal, o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), no entanto, acredita que o atrito entre Haddad e Lira foi superado.
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