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Os motivos que ajudam a explicar a pior sequência da história da bolsa

Fatores externos como juros nos EUA, desaceleração da economia chinesa, arcabouço enroscado e mudanças na Eletrobras ajudam a explicar o desempenho

Por Luana Zanobia 17 ago 2023, 11h00

O Ibovespa registrou seu 12º pregão consecutivo em queda na última quarta-feira, 16, marcando a mais extensa sequência negativa desde sua criação em 1968. O índice caiu 0,50%, fechando a 115.591,52 pontos.  Nesta quinta-feira, 17, a bolsa tenta virar em jogo, e opera em alta de 0,8% por volta das 10h40, no horário de Brasília. As quedas consecutivas da bolsa repercutem o mau humor do mercado financeiro internacional, além de fatores domésticos. 

Na quarta-feira, os investidores não digeriram bem a expectativa de novas altas nos juros americanos após divulgação da ata do banco americano, o Fed. A questão se juntou a crescentes preocupações com a economia chinesa. Aqui, o enrosco para a demora na aprovação do arcabouço fiscal e as resistências do governo à privatização da Eletrobras, também estão afetando negativamente a performance do índice.

Embora exista uma atmosfera incerta em relação à política de preços da Petrobras, o recente reajuste no preço dos combustíveis amenizou algumas inquietações dos investidores. As ações da companhia performaram em alta, o que foi crucial para atenuar a queda do Ibovespa. Analisando o desempenho geral, das 85 ações que compõem o índice Ibovespa, 68 fecharam em baixa, enquanto apenas 17 tiveram performance positiva na semana até ontem. Entre as maiores quedas estão: Natura (8,9%), Hapvida (5,78%), Alpargatas (4,98%), Raízen (4,76%) e Eletrobras (4,43%). As ações da Eletrobras configuram nessas quedas após a renúncia repentina do presidente da companhia, Wilson Ferreira Junior, seguido do apagão na última terça-feira e intensificação dos ataques do governo Lula sobre a privatização da companhia.

No cenário internacional, a ata da última reunião do Fed trouxe indicações de uma potencial elevação dos juros no país, fomentando temores de uma recessão norte-americana. Esse cenário, combinado com um crescente diferencial de juros, torna os títulos americanos mais atrativos, desviando o olhar dos investidores para os Estados Unidos.  O principal destaque da Ata foi a contínua preocupação dos membros do Fed com a inflação. “Isso sugere possíveis novos aumentos para controlar a inflação que tem influenciado a economia e a política monetária dos EUA”, diz Lucas Serra, analista da Toro Investimentos.

Diante desse panorama, o mercado reajustou seus preços para os juros de curto e longo prazo, antecipando um crescimento econômico mais lento nos EUA. “Um crescimento mais lento pode implicar em menor demanda por petróleo, razão pela qual o Brent recuou quase 2% no fechamento”, pontua Serra. Contudo, é importante ressaltar que, de acordo com o CMI FedWatch, os investidores ainda mantêm a perspectiva de que as taxas de juros permanecerão no intervalo atual de 5,25 a 5,5%, sem prever novos aumentos, pelo menos não para este ano.

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