Haddad deve mudar estratégia para reonerar a folha, segundo lideranças
Participantes de reunião com Pacheco esperam que um PL seja proposto no lugar de MP
Dada a grande pressão para que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolva a medida provisória (MP) que reonera a folha de salários ao governo federal — um movimento considerado politicamente agressivo e custoso para Pacheco — lideranças do Congresso esperam que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mude sua estratégia de modo a fazer com que a devolução não seja mais necessária.
O próprio ministro deve decidir pela retirada da MP em troca do envio de um projeto de lei com urgência constitucional sobre o mesmo tema, de acordo com parlamentares que participaram de reunião com Pacheco, na terça-feira, 8. A maioria está firme na defesa da devolução da MP caso necessário. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), admitiu a possibilidade de retirada da MP em troca de um projeto de lei, após se reunir com Pacheco.
Se Haddad, que hoje está de férias, decidir pelo recuo, também trataria-se de um movimento delicado, pois muitos interpretariam como um simples fracasso da Fazenda. No entanto, uma tese jurídica possível para justificar a decisão já circula no Congresso: como a MP estabelece que a reoneração da folha só passa a valer em abril, ela não estaria de acordo com os critérios de urgência necessários.
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