Bolsa cai pela 9ª vez seguida de olho na Petrobras e no cenário econômico
Recém privatizada, Eletrobras trouxe boas notícias a investidores em meio à apreensão com rumos do segundo semestre
VEJA Mercado | Fechamento da semana | 7 a 11 de agosto
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou sua 9a queda consecutiva na sexta-feira, 11, fechando o dia em variação de -0,24% e com saldo semanal de -1,21%. Já o dólar encerrou a semana em leve alta, chegando à cotação de 4,90 reais, variação positiva de quase 0,22% nos últimos cinco dias úteis. Os números são reflexo de um mercado que lida simultaneamente com uma série de variáveis incertas, como inflação, juros e políticas da Petrobras. Os olhares se voltam a duas questões fundamentais, a variação dos preços e o gasto público. De um lado, as expectativas do mercado sobre a inflação e o futuro dos juros têm melhorado. De outro, a Petrobras gera inseguranças não apenas sobre a qualidade de sua gestão, mas sobre a pressão inflacionária.
A companhia promove um subsídio velado aos combustíveis, relutando contra um aumento de preços apesar do custo de importação crescente. O preço do barril de petróleo deve saltar de 72 dólares no último mês de maio para 100 dólares no segundo semestre de 2024. Enquanto isso, a estatal tem reajustado seus preços para baixo. Há gente graúda, como um ex-presidente da companhia ouvido por VEJA, afirmando que a persistência do movimento levaria a perdas em dividendos e até ao risco de desabastecimento.
No setor privado, a Eletrobras trouxe sinais alvissareiros nos últimos dias ao divulgar um lucro líquido de 1,6 bilhão de reais no segundo trimestre do ano. Trata-se de um montante 16% superior ao do mesmo período de 2022 que se deu em meio a reduções de dívidas e gastos com pessoal, o que tem sido apontado como frutos da recente privatização da companhia. Como consequência, os papéis da Eletrobras nadaram contra a maré após o anúncio, subindo 2% enquanto a bolsa caia 1%.
Para ficar no radar dos investidores, o andamento da agenda econômica do governo federal também tem sido fonte de incertezas, mas espera-se algum progresso nos próximos dias. A começar pelo arcabouço fiscal, que tem chances de ser votado na Câmara na próxima semana. O relator da matéria, contudo, chama atenção para um desgaste do tema devido a uma manobra fiscal do governo. A fim de cumprir a meta fiscal e acrescentar cinco bilhões de reais ao novo PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento anunciado nesta semana e estimado em 1,7 trilhões de reais, a receita de estatais federais serão mais mobilizadas.
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