Páscoa do ovo ou da galinha?

Notícias para refletir enquanto a Semana Santa não vem…

Apenas nessa madrugada, na Zona Norte e na Zona de São Paulo, nove pessoas foram mortas em dua chacinas. Entretanto, pelos comentários indignados que circularam nos últimos dias, o problema mais grave da cidade são os banheiros recém-reformados pelo prefeito Dória, no Parque do Ibiraquera, e prontamente vandalizados.

Aquele senhor deputado metido a valente, militar reformado, de olhos claros e expressão apalermada, faz mais um discurso fanfarrão informando que pretende – se eleito presidente da República, nada menos – extinguir com todas as reservas indígenas do país. Entre outros motivos muitíssimo relevantes, ele estaria incomodado com a péssima forma física dos nativos. Pronunciamento ouvido, e aplaudido, nos salões de A Hebraica, no Rio de Janeiro. Sem comentários.

A atriz Juliana Paes, no ar novamente como a mulher descaradamente apaixonada alçada a rainha da contravenção, na nova trama global A Força do Querer, disse a VEJA “Não quero queimar sutiãs”, deixando claro que não comunga com o arsenal do empoderamento feminino vigente. Já está sendo alinhada na mesma corrente de pensamento e conduta dos proscritos Victor, do duo sertanejo com o irmão Leo, e José Mayer, ex-garanhão do horário nobre caído em desgraça. Joga pedra na Juju.

Em compensação, Ísis Valverde, ganha matéria exaltação no UOL por ter a carreira interrompida nos últimos dois anos por puro machismo. Acusada pela opinião pública de ser o pivô da separação do casal “queridinho dos fãs e dos comerciais de biscoito integral”, Cauã Raymond e Grazi Massafera, resolveu dar um tempo desse insensato mundo. Voltou linda, leve, solta ostentando camiseta Dior com a mensagem “We should all be feminists” (devemos todos ser feministas) e na pele da ribeirinha sereia fatal da mesma Força do Querer da Juliana. Haja empoderamento de grife, sororidade e sereísmo.

Donald Trump jura de pés juntos não saber quem é Marine Le Pen.

Mas nenhum dos acontecimentos acima me preparou para a notícia mais chocante da semana. No Paraná,  a dona de casa Marilza Veiga acaba de inventar a guloseima do século: o Ovo de Páscoa de Coxinha. Desdobrando-se para dar contas das encomendas, a quituteira está pronta para faturar uma nota preta – 1,5 quilo por 30 reais. Conseguirá a galinha usurpar a data máxima do coelhinho?