Inverno: Revista em casa por 8,98/semana
Imagem Blog

Por Trás dos Números

Por Renato Meirelles Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Renato Meirelles é pai da Helena, acredita que a Terra é redonda, está à frente do Instituto Locomotiva e, neste espaço, interpreta os números muito além da planilha Excel

Tolerância ou morte

Polarização continua dividindo a população e movimentos extremistas, além de uma fábrica de memes, são desafio para o presidente Lula

Por Renato Meirelles 22 nov 2022, 13h12

Sabemos que o pleito deste ano foi o mais acirrado desde a redemocratização, os números da disputa falam por si: apenas 2,1 milhões de votos de diferença elegeram Luiz Inácio Lula da Silva. Há tempos assistimos a uma polarização entre os anti-Bolsonaro e os anti-PT. Mas passadas as eleições, o esperado era que o resultado das urnas fosse respeitado como um sinal inequívoco da democracia que vivemos e queremos.

O radicalismo irracional tem levado a muito mais do que o embate ideológico e político. Após 30 de outubro, começaram a surgir ideias de identificar pequenos empreendimentos que apoiaram o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva com a estrela vermelha para que, assim, os negócios fossem boicotados. Uma lembrança do que aconteceu no Holocausto. Também começaram a pipocar casos de profissionais autônomos, como auxiliares domésticas, por exemplo, que sofreram retaliações e tiveram seus serviços dispensados após se manifestarem politicamente. Ambos os casos, além de lastimáveis, são ilegais.

Temos assistido autoridades do País sendo hostilizadas nas ruas, nos aeroportos ou em hotéis, como vimos neste final de semana com o deputado Rodrigo Maia ou, na semana passada, com ministros do Supremo Tribunal Federal em Nova York, e com o senador Randolfe Rodrigues, no Egito.

Os ataques frontais à verdade factual, as Fake News e os ataques às instituições nos últimos anos nos levaram a este cenário atual. Devemos demorar algum tempo até que haja um resgate institucional, mas é papel de todos nós combatermos o modelo fundamentalista de se fazer política.

Pedir um golpe de Estado e questionar a lisura das urnas eletrônicas fazem parte da cartada antidemocrática que pretende criar uma crise no País. Quando existe um movimento que reitera o discurso de ódio e da deslegitimação do outro, vemos a dificuldade de pacificar os ânimos.

Continua após a publicidade

Não existe um caminho sustentável para o Brasil que não passe por combater a intolerância. Cabe ao atual presidente Jair Bolsonaro e ao presidente eleito lançarem palavras de harmonia e de obediência ao texto constitucional.

Quando o presidente eleito incentiva a população a usar a camisa da seleção brasileira para torcer durante a Copa do Mundo no Catar, reafirma os nossos símbolos nacionais. Unir o país é uma tarefa que exige que a nossa bandeira volte a ser dos 215 milhões de brasileiros.

Pacificar o país não quer dizer renunciar às ideias divergentes que, além de saudáveis, são desejadas em qualquer democracia. Se não sairmos dessa crise institucional, os danos sociais e econômicos para o país serão maiores. Como afirmou Lula logo após a vitória, não existem dois Brasis. Mais do que nunca, cabe às autoridades reforçar cotidianamente essa ideia e deixar para trás o clima conflagrado da campanha.

Quem sabe a Copa do Mundo e o amor pelo futebol não nos ajudem a resgatar a harmonia. Temos que vestir a camisa verde e amarela. Ela faz parte da identidade do nosso País. Eu já tenho a minha para acompanhar a seleção. E você? Vai ficar de que lado da história?

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês*
OFERTA INVERNO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.