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Por Trás dos Números

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Renato Meirelles é pai da Helena, acredita que a Terra é redonda, está à frente do Instituto Locomotiva e, neste espaço, interpreta os números muito além da planilha Excel
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Favela: muito além dos estigmas

Expo Favela Innovation Rio mostra à população do asfalto o potencial dos morros que compõem a paisagem fluminense

Por Renato Meirelles Atualizado em 13 Maio 2024, 23h04 - Publicado em 2 ago 2023, 15h08

Cartão-postal do Brasil nas novelas e na mídia internacional, o Rio de Janeiro é o terceiro estado mais populoso do país, com mais de 16 milhões de habitantes segundo o Censo 2022 e conhecido por seus morros e favelas que compõem verdadeiras cidades dentro da capital fluminense. Nesses cenários quase sempre tachados por preconceitos e estereótipos, sobretudo de estrangeiros que não se constrangem de realizar até “safári” nas favelas, existe um potencial empreendedor ainda muito subestimado.

A Expo Favela Innovation Rio, realizada de 29 a 31 de julho na capital, ajudou a mostrar à população do asfalto esse potencial. Por trás dos morros e vielas está uma população que carrega a inovação e a versatilidade para correr atrás de seus negócios próprios para sobreviver em um cenário adverso. Os números do Data Favela divulgados durante o evento neste fim de semana ajudam a traduzir esse cenário.

Quase 40% dos moradores de favelas no Rio de Janeiro possuem um negócio próprio, e para 23% essa é a principal fonte de sua renda. Entre aqueles que ainda não possuem um negócio próprio, 22% têm a intenção de começar a empreender nos próximos 12 meses. Entre os que possuem um negócio próprio, um terço já está nele há mais de cinco anos. Para a maioria dos entrevistados, 58%, a abertura do negócio se deu mais por necessidade.

Quando olhamos para as dificuldades desses empreendedores e empreendedoras das favelas do Rio, o cenário se mostra desafiador: cinco em cada dez tem dificuldade em conseguir capital para investir em seu negócio. Dentre os que tentaram obter crédito no mercado formal, 66% afirmam que já enfrentaram dificuldades para conseguir, sendo que um terço nunca sequer tentou obter esse tipo de recurso.

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Se conseguissem um empréstimo, os principais investimentos realizados pelos moradores de favelas fluminenses seriam na divulgação do negócio, compra de máquinas e equipamentos e na diversificação de seu portfólio de produtos/serviços. Mesmo enfrentando dificuldades que, certamente, não atingem da mesma forma os trabalhadores do asfalto, esses empreendedores das favelas demonstram otimismo: 73% acreditam que suas vendas vão crescer nos próximos 12 meses.

Estamos falando de um universo de negócios que vai do vendedor de quentinhas ao revendedor de produtos cosméticos e pedreiros. Uma gama diversificada de ocupações, mas que, em grande medida, possuem um mesmo pano de fundo: o de serem exercidas por pessoas que sabem que não teriam um caminho fácil para conseguir recurso para começar seu negócio ou mesmo serem reconhecidas profissionalmente.  Some-se a isso a perspectiva de que, no mercado formal, a maioria dessas pessoas dificilmente conseguiria ganhar mais que dois salários mínimos. Nada disso, porém, impede que criatividade e a força de vontade dessas pessoas permitam trazer soluções para seguir tocando, na marra, seus negócios. Que saibamos olhar para isso, compreender a importância de abrirmos mais portas para essas pessoas e, sobretudo, valorizar esses empreendedores para além de estigmas e preconceitos.

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