Empreendedorismo feminino: O desafio de reescrever uma sociedade desigual
Projeto Caixa Pra Elas é uma iniciativa fundamental em uma sociedade em que 55% das mulheres criam seus negócios como forma de sobrevivência

É fato que a desigualdade afeta mais as mulheres do que os homens. Neste cenário, o empreendedorismo feminino funciona como uma porta de saída para que as mulheres consigam construir uma vida com mais autonomia, principalmente quando se trata de mulheres de baixa renda – já que 55% das empreendedoras criam seus negócios como forma de sobrevivência. O dado é da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2020 e ainda aponta que, apesar do número de empreendedoras crescer no Brasil, os obstáculos financeiros e uma sociedade misógina continuam presentes.
Em meio a cenários tão adversos e, em muitos casos, carregando o peso da dupla jornada, essas mulheres enfrentam desafios maiores do que os dos homens. Por isso, é fundamental entender a realidades das mulheres para conseguir construir oportunidades que as incentivem dentro e fora dos negócios. Afinal, o Brasil é o sétimo país com maior número de empreendedoras.
Nesse sentido, ter lideranças femininas, em postos-chave, as quais tenham entendimento prático dos entraves que existem para as mulheres para que possam se emancipar financeiramente, pode ser um facilitador. Programas importantes podem ser implementados como o Caixa Pra Elas, projeto da Caixa Econômica Federal (que hoje tem uma mulher à frente, a única presidindo os 20 maiores bancos do Brasil) que combate concomitantemente a violência contra a mulher através de orientação, promove sua educação financeira e incentiva o empreendedorismo feminino.
Por meio do projeto, as mulheres encontram orientações sobre como empreender para, a partir daí, conseguir apoio financeiro. É no crédito e no microcrédito que as mulheres podem encontrar a confiança para tocar os seus negócios. Também cabe ressaltar que por meio de parcerias com o SEBRAE é possível às mulheres acessarem cursos gratuitos pelo WhatsApp.
Que bom que, em meio à turbulência que vivemos nos dias que correm, se consiga ter um exemplo muito prático, o exemplo possível graças a uma liderança feminina, de como é, sim, possível desenvolver programas, políticas, com foco na mulher, que não apenas acolha, mas consegue fornecer as ferramentas necessárias para uma mudança estrutural dessa realidade social. Além disso, vale ressaltar que a Caixa trouxe a proposta de combater a violência contra mulheres e meninas também para o setor privado. Hoje, mais de 30 empresas são signatárias de um pacto para desenvolver ações utilizando as suas redes. De clubes de futebol a varejistas, grandes empresas já demonstraram que a redução da desigualdade só acontece quando unimos forças.
Um grande exemplo de como a representatividade faz a diferença nas estruturas sociais e que é possível sonhar com um futuro com mais justiça e igualdade.