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Por Trás dos Números

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Renato Meirelles é pai da Helena, acredita que a Terra é redonda, está à frente do Instituto Locomotiva e, neste espaço, interpreta os números muito além da planilha Excel

Bolsonaro no JN: Quando mentir não é o problema

Entrevista deixa clara a estratégia da comunicação bolsonarista que não dialoga com a verdade factual

Por Renato Meirelles Atualizado em 24 ago 2022, 09h25 - Publicado em 23 ago 2022, 18h39

Bolsonaro venceu o confronto com a bancada do Jornal Nacional.

Nesta segunda-feira (22), Bolsonaro teve o duro desafio de, sem desagradar sua base fiel de eleitores, conseguir não perder o eleitorado do meio, que não faz parte desse núcleo mais duro. Como em um jogo fora de casa, sair no empate tem gosto de vitória

Ao ser questionado por 40 minutos pelos mais prestigiados apresentadores do principal telejornal do país, Bolsonaro, independentemente do compromisso ou não com a verdade factual em alguns dos temas, conseguiu falar com tranquilidade para o seu eleitor e para o eleitor médio, que não sai do Jornal Nacional com um constrangimento para defender suas bandeiras.

O presidente enfrentou dificuldade no início da entrevista quando questionado por William Bonner sobre ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e às urnas. Irritado, acusou o jornalista de estar falando “fake news” – fato já desmentido por diversas agências de checagem que destrincharam as respostas de Bolsonaro e apontaram diversas informações falsas.

Quanto a outros temas sensíveis, como o compromisso com o resultado das urnas e a atuação do governo diante da pandemia, o presidente conseguiu fugir da polêmica, mas sem abrir mão de posições publicamente defendidas quando o tema é a democracia. Afinal, qual é o critério para que o presidente decida se uma eleição é ou não é “limpa”?

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A entrevista deixa clara a estratégia da comunicação bolsonarista que não dialoga necessariamente com a verdade factual. É uma estratégia que cria narrativas que são independentes da realidade, como a afirmação de Bolsonaro durante a entrevista de que “estamos governando sem corrupção” – desconsiderando escândalos do Ministério da Educação e da Saúde, por exemplo.

Até hoje, tanto a imprensa profissional, quanto adversários políticos não souberam lidar com essa estratégia. Ainda consideram, como em 2018, que descontruir a narrativa de Bolsonaro por meio de um ponto de vista racional será suficiente para diminuir o engajamento dele nas redes. Mas está obvio que isso não corresponde à verdade.

Bolsonaro pode não ter ganhado votos de eleitores lulistas na noite de ontem, mas também não perdeu votos de seu eleitor raiz e, o mais importante, nem de seu eleitor light, que começa a encontrar argumentos para defendê-lo.

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