Os aparelhos Apple que devem ser descontinuados na semana que vem
Mudanças chegam com o novo iPhone 17, que será lançado no dia 9 — ao trazer novos smartphones, a empresa costuma tirar de cena vários modelos

O mês de setembro costuma ser marcado por lançamentos de produtos da Apple, num evento que movimenta a indústria e os fãs da marca. O deste ano acontece na terça, dia 9, quando virão ao mundo os aparelhos da linha iPhone 17 e outros gadgets. Com isso, outros itens são sempre tirados de linha.
Embora a empresa faça essa movimentação sem alarde, o padrão de anos anteriores coloca na mira aparelhos potentes como o iPhone 16 Pro e o 16 Pro Max. Geralmente, tão logo a geração seguinte é anunciada, os modelos Pro saem de cena. Por outro lado, a parte mais leve do portfólio — como iPhone 16 e 16 Plus — geralmente permanece à venda, agora com descontos — o que cria um efeito de hierarquia de preços.
Além dos modelos Pro, estão na mira para descontinuação os seguintes aparelhos:
- iPhone 15
iPhone 15 Plus
Apple Watch Series 10
Apple Watch Ultra 2
AirPods Pro 2
Você deve ter reparado que a lista tem produtos que não são smartphones. Mas a lógica acompanha a chegada de novidades em todo o portfólio, inclusive relógios e fones de ouvido.
Na prática, o que exatamente significa descontinuar?
Quando uma montadora lança o carro do ano, os demais costumam ser aposentados, certo? É a mesma lógica que entra em cena aqui. Você não acha mais o modelo anterior nas lojas oficiais, apenas em revendas. Ou seja, descontinuar significa que a Apple deixa de vender oficialmente o aparelho em suas lojas e concentra seus esforços de marketing nos itens recém-chegados.
Claro, eles ainda podem receber atualizações de software, vão continuar funcionando normalmente, mas a meta é criar no público a sensação de que precisa se atualizar. A gente sabe o tanto que o mundo contemporâneo avalia cada passo das nossas vidas, inclusive que modelo de telefone temos nas mãos. Muita gente não dá a menor bola para isso (com toda razão), mas outros fazem questão de trocar de aparelho assim que chegam os novos. E assim gira a roda da economia.
Os modelos descontinuados vão, portanto, sendo deixados de escanteio, até que o avanço das atualizações de software os torna de fato impossíveis de utilizar. Porém, isso não será o caso desses aparelhos de que estamos falando aqui — por enquanto. Uma hora, mesmo que ame seu iPhone antiguinho, vai mesmo ser preciso dizer adeus.
Mas por que um produto novo é deixado de lado?
Descontinuar aparelhos é uma prática que se insere na lógica da obsolescência programada, conceito que você provavelmente já conhece. Ou, se nunca ouviu dizer, certamente foi impactado por ele ao longo da vida.
Meus pais sempre reclamam que antigamente as coisas duravam mais (os seus provavelmente fazem isso também). Eles têm razão, como de costume. Ao longo do século XX, e com mais intensidade nos dias de hoje, a ideia de criar produtos “para a vida inteira” foi abandonada em nome do faturamento. As empresas projetam a falha para estimular o consumo contínuo.
A origem da ideia remonta à década de 1920, com o chamado Cartel Phoebus, um acordo secreto entre as maiores fabricantes de lâmpadas do mundo. O objetivo era controlar o mercado e impedir que as lâmpadas durassem mais de mil horas. Antes do cartel, as lâmpadas incandescentes chegavam a durar 2.500 horas. A estratégia aumentou o lucro das empresas, já que as pessoas precisavam comprar lâmpadas com mais frequência. Conto mais sobre isso no meu podcast, o Aprenda em 5 Minutos.
A prática ganhou força após a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial, período em que a economia precisava ser reativada. A obsolescência programada foi promovida como uma ferramenta essencial para sustentar a produção em massa e o consumo. E, do mesmo jeito que uma borboleta bate as asas em Tóquio provocando chuvas em Nova York, a cadeia de acontecimentos da vida fez com que isso resultasse em você e eu sermos forçados a trocar de telefone toda hora.