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“IAs devem ajudar a combater desigualdade de gênero”, diz Alaine Charchat

Presença feminina em TI cresceu menos do que o ideal nos últimos anos, na visão de Alaine Chachat, CIO do grupo Reckitt. Confira entrevista

Por Alvaro Leme 24 abr 2025, 07h42

A executiva Alaine Charchat é um ponto fora da curva, em vários sentidos. Primeiro porque nasceu e cresceu num bairro pobre do subúrbio do Rio de Janeiro e conseguiu chegar a um cargo de chefia numa gigante internacional. Depois porque fez isso numa área historicamente pouco acolhedora para mulheres, o segmento de Tecnologia da Informação.

Como hoje é Dia Internacional das Meninas na Tecnologia da Informação e Comunicação, data criada por uma agência da ONU há quinze anos, conversei com Alaine sobre a inclusão feminina. Ela, que desde novembro de 2022 ocupa o cargo de Chief Information Officer (CIO) do Grupo Reckitt para América Latina, fala a seguir sobre como as inteligências artificiais podem ser aliadas das mulheres no ambiente de trabalho.

VEJA: Há quem critique o Dia Internacional das Meninas da Tecnologia por considerar que tenha efeito mais simbólico do que prático. Qual é sua opinião sobre isso?
Alaine: A celebração ajuda a colocar o assunto na mesa. Ou seja, é simbólico mas tem potencial de provocar impacto numa área tradicionalmente pouco habitada por mulheres. Um levantamento da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) mostrou que a representação feminina atingiu um crescimento anual de 7,7%, de 2020 a 2023. Foi 1,5% mais que o número de homens.

VEJA: Esse avanço é motivo para otimismo ou o crescimento deveria ter sido maior?
Alaine: Deveria. Por um lado, algumas mulheres sentem receio de entrar nas áreas de tecnologia pela aridez de alguns ambientes. Por outro, há empresas em que a inclusão acontece apenas da boca para fora.

VEJA: Ferramentas de IA podem combater a desigualdade de gênero?
Alaine: Podem e devem. Primeiro na seleção de profissionais, desde que corrigidos potenciais vieses — uma empresa que historicamente só tenha contratado homens pode levar uma IA a entender que candidatos perfeitos sejam iguais a esses, portanto. Depois, na gestão cotidiana, tanto para montar antecipar cenários em que ter mais homens ou mais mulheres criaria esse ou aquele resultado. E na análise da disparidade salarial, que foi como se constatou que mulheres ganham 80% do salário pago aos homens.

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VEJA: Mas os dados e a análise só fazem diferença se houver medidas práticas, certo?
Alaine: Exato. Eu sou contra, por exemplo, cotas para mulheres. Não gostaria de ser contratada apenas por ser mulher. E, sim, porque acredito no meu potencial e experiência, porque vou agregar.

VEJA: Mas sem a cota, como corrigir esse desequilíbrio?
Alaine: Deve existir o objetivo de igualar a quantidade de homens e mulheres, mas não o preencher por preencher. É preciso medir o impacto conforme você seleciona, o que é diferente de contratar só mulher, não se importando se ela é boa. Além disso, é preciso manter programas de promoção, mentorias, redes de apoio, criar condições que levem além de preencher um número.

VEJA: O que aconteceria – num cenário hipotético, claro – se 100% dos empregos em TI fossem ocupados por homens nos dias de hoje?
Alaine: Quando a gente fala de inclusão feminina, não é porque tirou da nossa cabeça que ter mulher no segmento é bom. Estudos mostram que toda vez que se tem um ambiente misto os resultados são positivos, há ganho de eficiência. A mulher é mais resiliente e tem capacidade de lidar com diferentes cenários e graus de complexidade. Homens dificilmente conseguem fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo.

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