“Smartphone sobre rodas”: testamos o C10, que marca estreia da Leapmotor
Joint venture da Stellantis, dona de Jeep, Ram, Fiat e outras marcas, com a startup chinesa chega ao país em novembro com 2 modelos elétricos
Em abril, o Pé na Estrada esteve na China para participar do Shanghai Auto Show, um dos principais eventos automotivos do mundo. Na ocasião, vimos de perto os carros da Leapmotor, a startup chinesa que chega agora ao Brasil por meio de uma joint venture com a Stellantis, dona de Jeep, Ram, Fiat, Peugeot e outras marcas. Os detalhes completos da operação já haviam sido revelados antes, mas agora os carros estão finalmente entre nós. Testamos o C10, SUV médio que começa a ser vendido agora no país, em duas versões: híbrida e elétrica.
O grande chamariz dos carros da Leapmotor é a tecnologia REEV, sigla que significa Range Extended Electric Vehicle, ou Veículo Elétrico de Autonomia Estendida. Embora esteja sendo chamado de ultra-híbrida, a tecnologia é, de fato, elétrica. Cada modelo tem um tanque de combustível, mas a gasolina é usada exclusivamente para gerar energia e recarregar a bateria, e não para tracionar o carro, o que permite uma autonomia de mais de 900 quilômetros.
Em um circuito rodoviário de pouco mais de 160 quilômetros, pudemos colocar essa tecnologia à prova. E ela é bastante interessante. É possível escolher diferentes modos de condução para tirar o melhor de cada trajeto. Em um circuito mais curto, é preferível poupar o combustível e usar apenas a carga da bateria. Em viagens mais longas, basta selecionar o modo “combustível” para tirar maior proveito da autonomia ampliada. Ao final do trajeto, paramos em um posto para completar o tanque. Precisamos colocar apenas R$ 6 e ainda tínhamos mais de 50% da bateria – que poderia ser recarregada se decidíssemos continuar a viagem.
A condução é suave e confortável. O motor elétrico produz 215 cv de potência, suficientes para acelerar o grande SUV de 0 a 100 km/h em 8,3 segundos. A cavalaria responde em ultrapassagens na estrada, sem exageros. A cabine, como é de se esperar, é bastante silenciosa. E a suspensão, embora macia e calibrada para o conforto, absorve melhor as imperfeições do asfalto sem transmitir tanto balanço para os ocupantes, especialmente na segunda fileira.
Por dentro, o modelo é bastante minimalista, com pouquíssimos botões, todos eles concentrados no volante ou no teto, perto do retrovisor. Embora essa decisão contribua para uma cabine elegante, isso significa que comandos básicos, como ajustes nos retrovisores, são feitos na central multimídia. Embora bastante rápida, é preciso navegar por algumas telas para ajustar tudo que ele oferece. Até as saídas de ar são invisíveis, incorporadas ao painel de forma fixa, sem possibilidade de ajustes de direção.
A tecnologia embarcada é um ponto positivo do carro. Tanto que Lucas Lins, diretor de marca e experiência Leapmotor, compara o C10 a um “smartphone sobre rodas” por conta da estratégia “mobile first” da fabricante chinesa. Isso significa que além de tecnologias de assistência à condução (Adas nível 2), central multimídia com mapa embarcado e outras funcionalidades, há ainda uma integração com um app para que o condutor possa calibrar temperatura, aquecimento dos bancos e outros ajustes pelo smartphone antes mesmo de começar o trajeto.
Em um circuito urbano bem mais curto, de cerca de 25 quilômetros, testamos também a versão totalmente elétrica do C10. A condução é idêntica, silenciosa e confortável, e o motor é idêntico, mas com 3 cavalos a mais por conta de uma diferença de calibragem.
Além do C10, há um segundo modelo que será comercializado no Brasil. Trata-se do B10, um SUV um pouco menor, também apenas versão elétrica. Embora ele esteja disponível nas concessionárias, as primeiras unidades só serão entregues para os clientes a partir de janeiro de 2026. O B10 será o modelo de entrada, vendido a R$ 172.990. Já o C10 custará R$ 189.990 na versão elétrica e R$ 199.990 na versão “ulta-híbrida”. Os preços são promocionais, válidos durante o período de lançamento.
A operação da Leapmotor começa com 36 lojas em 29 cidades, com uma rede totalmente nova e que promete cobertura acima de 80% do mercado de eletrificados. Para Fernando Varela, VP da marca Leapmotor na América do Sul, o Brasil é um pais fundamental para a expansão da marca, não apenas pelo tamanho do mercado – o maior da região -, mas porque aqui as marcas da Stellantis têm grande força e podem contribuir para a decisão de compra. “Queremos redefinir o mercado de eletrificados na América Latina”, diz o executivo.
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