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Pé na estrada

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“No Brasil, o futuro dos carros é elétrico”, diz presidente da Volvo

Em entrevista ao Pé na Estrada, o presidente da Volvo Car Brasil, Marcelo Godoy, fala sobre o potencial do mercado e a aposta da empresa na eletrificação

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 Maio 2025, 10h19

Há alguns anos, o setor automotivo decretou que o futuro da mobilidade seria elétrico. Algumas montadoras estabeleceram metas ambiciosas para eletrificar toda a frota e o mercado passou a receber um número crescente de lançamentos eletrificados. Agora, a situação mudou. Muitas empresas começaram a repensar suas estratégias e rever as metas.

A Volvo, no entanto, continua reforçando que o futuro é, de fato, eletrificado. Recentemente, apresentou aqui, no Brasil, o novo EX90 e a nova geração do XC90, que integram o portfólio enxuto, composto apenas por elétricos e híbridos.

Em entrevista exclusiva ao Pé na Estrada, o presidente da Volvo Car Brasil, Marcelo Godoy, fala sobre o potencial do mercado nacional, os desafios de infraestrutura e a democratização das tecnologias. Confira:

Em um momento em que várias montadoras estão repensando suas estratégias rumo à eletrificação total, olhando com mais atenção para os carros híbridos, como a Volvo vê essa questão? O futuro continua sendo elétrico?
Principalmente no Brasil, o futuro é elétrico. A gente costuma dizer, e isso é fato, que o Brasil tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Trazendo isso para o dia a dia dos negócios, temos um kilowatt/hora muito mais barato que em outros países. Portanto, para a Volvo a eletrificação não tem volta e, no Brasil, estamos à frente dessa curva.

Como?
Hoje, entre 50 e 60% do mix de vendas da Volvo no país é de modelos 100% elétricos. Abrimos mão de alguns carros a combustão em detrimento do volume para acelerar a questão da eletrificação. O caminho não vai ser fácil, mas toda introdução de nova tecnologia requer paciência e foco. E estamos preparados. 

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Como vocês veem o cenário atual da eletrificação no Brasil?
A gente entende essa curva de transformação já na metade. Porque se você olhar uns anos atrás tinha a questão do preço do carro elétrico versus o carro a combustão. Hoje, a EXC40 elétrica tem o mesmo preço de carros no segmento à combustão. Isso já está equacionado. Depois, tinha a questão da desvalorização. Mas recebemos há pouco tempo o prêmio Quatro Rodas de menor desvalorização do segmento para o EX30, de 7%, que é a média de qualquer outro veículo. Então isso também já está equacionado. A questão dos carregadores ainda está aquém da necessidade. É notório isso, não tem como não falar. Mas fato é que nos últimos dois, três anos a curva de crescimento é exponencial. Ano passado no Brasil como um todo, não estou falando só da Volvo, foram vendidos quase 60 mil carros 100% elétricos. Então a adesão existe. 

De fato, faltam carregadores. A infraestrutura ainda é insuficiente para a demanda.
Existe uma conta para ser um negócio isolado, porque os carregadores demandam muito investimento e o retorno ainda não é adequado. Mas outras montadoras poderiam seguir a nossa estratégia. A Volvo Brasil é a única Volvo no mundo que faz investimento proprietário em carregadores. E essa decisão se mostrou acertada. É um privilégio para os nossos clientes. Até a decisão de cobrar pelo carregamento de clientes de outras marcas foi acertada, porque hoje o consumidor da Volvo tem maior disponibilidade de carregadores.

Como a Volvo está olhando para o aumento dos impostos de importação de veículos?
Em detrimento de não perder volume e manter uma rede de funcionário saudável, a gente não repassou 100% do aumento no preço. A gente absorveu ali alguma margem, buscou alguns fornecedores para negociar custos, para dar um menor impacto. Desde então a gente vem fazendo essa combinação. Eu repasso alguma coisa no preço, mas também volto para os meus fornecedores e digo que preciso de ajuda em reduzir custos. E volto para a matriz e falo que preciso ter uma margem um pouco menor para continuar essa jornada de crescimento. E assim conseguimos manter uma média de oito mil carros por ano, o que é muito importante. Em 2023, sem o imposto, vendemos oito mil carros. Em 2024, com os impostos, vendemos mais oito mil carros. Nosso market share cresceu porque o mercado caiu. Então a Volvo se mantém no mesmo volume, eu ganho participação de mercado.

A Volvo é conhecida por investir em tecnologias de segurança em seus carros. Como você vê o processo de democratização dessas tecnologias? Porque embora o EX90 seja muito seguro, ele é acessível a uma parcela muito pequena da população.
De fato, apenas uma minoria das pessoas vai ter acesso a um carro premium nesse valor. Eu faço parte da ABEIFA (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores) e nossa grande briga é que importando alguns carros, de alguma forma o cliente é exposto àquele tipo de tecnologia e segurança e isso reverbera nos outros carros, mais populares. Isso de alguma forma está acontecendo no Brasil. A chegada dos chineses mostra um pouco isso. É um carro chinês, é um carro elétrico, mas mais do que tudo é um carro seguro. Isso mexe um pouco no setor, tira o setor de uma zona de conforto e a gente briga cada vez mais por isso. E o nosso EX30, por exemplo, que é nosso modelo de entrada, tem uma série de equipamentos de segurança que estão presentes também no EX90.

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