PT paranaense planeja retorno de ‘petismo raiz’ em 2018
Ex-estrela da legenda no estado, senadora Gleisi Hoffmann deve buscar a Câmara dos Deputados

Os tempos bicudos da era Lava Jato vão definir a estratégia do PT paranaense para as eleições de 2018. O partido, tradicionalmente visto com desconfiança pelo eleitorado do estado, ensaiou voos mais altos na era de ouro do lulismo: diminuiu a rejeição da classe média do Paraná, obteve sua primeira vitória para o Senado com Gleisi Hoffmann, transformando-a em postulante competitiva para o governo estadual, e chegou ao primeiro escalão ministerial com Lula e depois Dilma Rousseff. Agora, os planos são bem mais modestos.
Gleisi vai trocar o Senado pela Câmara, onde tem mais chances de ser eleita. A executiva estadual estuda ainda as melhores alternativas na tentativa de aumentar a bancada federal – atualmente, o PT paranaense tem dois deputados (Enio Verri e Zeca Dirceu). Uma das estratégias possíveis é resgatar figuras tradicionais da legenda, como o ex-deputado Angelo Vanhoni. O entendimento é que, ainda que não sejam eleitos, eles podem entusiasmar a militância e garantir preciosos votos para a legenda.
Velha guarda
Nas majoritárias, o partido ainda espera a definição do senador Roberto Requião, em conflito com a cúpula do PMDB em Brasília e ensaiando uma aproximação com o pedetista Osmar Dias. No arranjo com Dias, o PT ficaria de fora.
Por isso, a possibilidade mais concreta no momento é lançar um petista da velha guarda. O ex-deputado federal Doutor Rosinha já colocou seu nome à disposição, promovendo assim um retorno ao “petismo raiz” no estado. “A ideia é mais defender o legado do partido. Temos de trabalhar com a realidade e nosso desgaste está longe do fim”, diz um deputado estadual da legenda.