Sapatilhas olímpicas
Em homenagem aos Jogos, primeira-bailarina Cláudia Mota vive uma protagonista 100% brasileira
Pode não parecer, mas dentro das mesmas sapatilhas da doce princesa Odete, protagonista do clássico O Lago dos Cisnes, que deslizou pelo palco do Theatro Municipal do Rio em junho, vive também uma brava guerreira indígena. No ano em que comemora vinte anos de carreira, a primeira-bailarina Cláudia Mota encerra neste sábado uma curta temporada do balé Trilogia Amazônica, composto por Heitor Villa Lobos e montado especialmente para os Jogos Olímpicos. A relação de Cláudia com os esportes vem de longe: ela combinou aulas de balé e de ginástica artística até os 12 anos, quando precisou optar pela carreira definitiva. “Fiz ginástica durante toda a infância e acho que ela tem relação com o balé. A graciosidade e leveza de movimentos obtidas na dança são características importantes para o ginasta”, compara.
Na Trilogia Amazônia, a bailarina usa um traje com plumas e transparências e e seus movimentos são marcados pela sensualidade. “Minha personagem é uma guerreira que gosta de ser admirada. Por isso, inseri até alguns movimentos de quadril, que não são comuns no balé”, comenta. Na última sexta-feira, Cláudia teve folga do teatro. Nem por isso teve um dia menos cansativo: a bailarina carregou a tocha na última bateria de revezamentos, no Aterro do Flamengo. “Quando recebi o convite por e-mail, deletei umas três vezes, pensando que era spam”, diverte-se.
(Por Maria Clara Vieira)