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“Vão dizer que fiz para o Skank”, diz Samuel Rosa sobre nova música solo

Cantor falou com VEJA sobre como foi compor "Rosa", seu primeiro álbum individual após 30 anos de Skank

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 jun 2024, 11h19 - Publicado em 27 jun 2024, 00h01

Antes do início da pandemia, Samuel Rosa, Henrique Portugal, Lelo Zaneti e Haroldo Ferretti, os quatro integrantes do Skank, anunciaram que a banda iria se separar. O fim do grupo, após 30 anos de inúmeros sucessos, foi amigável. A ideia era que no ano seguinte a banda fizessem uma grande turnê de despedida, mas veio a pandemia e os planos foram adiados. Com o fim do confinamento, o Skank voltou à estrada lotando estádios e casas de shows. O longo período de despedida auxiliou os integrantes a depurar a separação e aos fãs a superarem o fim. No primeiro movimento pós-Skank, Samuel Rosa lança nesta quinta-feira, 27, seu primeiro álbum solo, intitulado apenas Rosa, com dez faixas inéditas.

Mas não foi apenas na carreira musical de Samuel que as mudanças ocorreram. Na vida pessoal, ele também viu a vida dar uma guinada, após o fim do casamento com Ângela Castanheira, mãe de seus dois filhos mais velhos, Ana e Juliano, e o novo casamento com Laura Sarkovas, com quem teve a recém-nascida Ava. Coincidência – ou não – a canção que o músico escolheu para divulgar o álbum se chama Segue o Jogo, cuja letra fala do término de uma longa relação onde cada lado segue seu rumo, em paz e sem brigas. Uma metáfora para o amor e também, porque não, para o fim da banda.

“Me inspirei, claro, por coisas que vivi”, diz Samuel Rosa a VEJA. “Não é assim tão premeditado ou tão planejado. Vão dizer: ‘Ah, fiz para o Skank. Ah, fiz para as pessoas com as quais eu me relacionei’. Na realidade, falo de alguém que está num lugar cuja dor está um pouco cicatrizada. Não está no olho do furacão e já elaborou um tipo de luto”, completa.

O músico Samuel Rosa lança seu primeiro trabalho solo,
O músico Samuel Rosa lança seu primeiro trabalho solo, “Rosa” (Lorena Dini/Divulgação)

Se por um lado o luto de uma separação parece cicatrizado, por outro, há uma urgência em Samuel em mostrar seu trabalho sem o Skank. Para compor o álbum, feito em poucas semanas, ele estabeleceu uma rigorosa disciplina de composição em que se trancava no quarto da filha na parte da manhã e só saía de lá com uma canção ou melodia. Na sequência, levava o material para ser trabalhado no estúdio com os músicos que o acompanharão nesta nova fase: Doca Rolim (violão e guitarra), Alexandre Mourão (contrabaixo), Pedro Kremer (teclados) e Marcelo Dai (bateria e percussão). “Aquela história de 10% de inspiração e 90% de transpiração é verdade”, brinca.

Não espere, no entanto, canções completamente diferentes do Skank. As faixas carregam o DNA que fez a banda se tornar um fenômeno de vendas nos anos 1990 e 2000. Samuel diz que esta era a ideia e cita Paul McCartney como referência. “O cara tem 80 anos e continua tocando Hey Jude que fez em 1968. Estamos em 2024. É como se ele dissesse: ‘Olha como a música é maior que tudo’”, afirma Samuel. “Nesse momento, percebi que tenho que fazer o que sei fazer. Tenho um limite. Não dá para ser o que você não é. Como diria Erasmo Carlos: ‘A vida me fez somente do meu tamanho’. Foi isso que exerci no disco”, afirma.

Pode parecer clichê, mas seguir em carreira solo foi uma maneira que Samuel encontrou para sair da famigerada “zona de conforto”. Caso a banda estivesse ativa, eles estariam, até hoje, fazendo seus shows com o cachê pingando direitinho na conta. “Eu me imaginei com 80 anos pensando: ‘Nasci em Belo Horizonte, me formei em psicologia. Comecei a tocar aos 14 anos e aos 25 anos montei uma banda, onde estou até hoje, aos 80 anos’. Eu tinha que experimentar outra coisa nesse um quarto de vida que eu ainda tenho”, disse.

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Durante a turnê de despedida, o Skank causou um fenômeno que poucos artistas nacionais experimentaram: lotar estádios. Recentemente, turnês de artistas como Ivete Sangalo e Ludmilla tiveram que ser canceladas por não vender ingressos. Para Samuel, no entanto, não há uma bolha. “No nosso caso, havia uma demanda reprimida. Locais onde a gente tocava para 5.000 pessoas, passamos a tocar para 15.000. Pode ser reflexo do fim da pandemia ou em decorrência de ser uma turnê de despedida. Ou os dois. Não acredito que exista uma bolha. O que as pessoas buscam é a experiência”.

Quem também auxilia Samuel na carreira solo é seu filho Juliano, de 25 anos, vocalista da banda Daparte. Juntos, pai e filho, costumam se apresentar em shows beneficentes para instituições que auxiliam pacientes com câncer infantil, como Itaci e Graac. “Não é segredo. Juliano enfrentou um câncer há dez anos e foi um período muito difícil. Nessas horas você se sensibiliza com a causa e, desde então, sempre nos engajamos em campanhas. Hoje está tudo bem, graças a Deus”.

Com canções que falam das aventuras e desventuras do amor, só faltou ao álbum músicas sobre outra grande paixão de Samuel: futebol – tema presente nos álbuns do Skank. Talvez o período que a equipe passou na Série B do Campeonato Brasileiro tenha minado sua inspiração futebolística. Com o retorno do time à elite do futebol, Samuel já se sente mais a vontade para fazer até piadas com os torcedores paulistas quando está na cidade. “Não converso de futebol com a minha esposa nem com a minha filha. Então, vou na quitanda aqui do bairro para sacanear os palmeirenses e corintianos”, diz ele. “O dinheiro chegou ao clube, mas como bom mineiro, sou desconfiado. Temos esse ditado lá em Minas: ‘Quando a esmola é demais, o santo desconfia’”.

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