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O Som e a Fúria

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Seun Kuti: como a fera do afrobeat mantém vivo (com brilho) legado do pai

Com álbum recém-lançado e shows pelo mundo, incluindo o Brasil, o cantor e músico nigeriano também não abre mão do ativismo político

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 jul 2025, 08h00

Cada show de Fela Kuti no Afrika Shrine, casa noturna em Lagos, na Nigéria, provocava uma catarse coletiva. Dono de vocais rascantes, Kuti pintava o corpo e entrava em transe em sequências de improvisos feitos no saxofone, trompete e teclados. Seu estilo hipnotizante, batizado de afrobeat, em que mesclava jazz, funk e música iorubá, arrebatou até Paul McCartney, que já afirmou ter chorado num dos shows do artista africano. Filho mais novo de Fela, Seun Kuti tinha apenas 8 quando começou a acompanhar o pai nas apresentações. Nos sete anos seguintes, mesmo criança, Seun assumiu lugar de destaque no grupo. Em 1997, aos 14, veio o desafio: com a morte do pai, ele passou a liderar a banda Egypt 80 como principal vocalista — e desde então tornou-se o principal rosto do afrobeat no mundo.

Em seu novo trabalho, o recém-­lançado Heavier Yet (Lays The Crown­less Head), Seun reuniu um time instrumental de peso, e teve produção de Lenny Kravitz. “A música do mundo é negra”, disse ele a VEJA. Fã de brasileiros como Seu Jorge e Gilberto Gil, Seun se apresentará em sete cidades do país em outubro com a Egypt 80, cantando e tocando saxofone. “Quando meu pai morreu, senti que continuar com a banda era a coisa certa a fazer”, contou. Longe de só replicar os sons de Fela, Seun imprimiu seu estilo à banda que, nos últimos anos, tem se apresentado em grandes festivais pelo mundo. Em abril, o grupo tocou no descolado festival de Coachella, na Califórnia, e em 2022 foi uma das atrações de Glastonbury, na Inglaterra.

Assim como o pai, Seun — hoje aos 42 anos — não abre mão do ativismo político. “O mundo sempre acolheu a arte, o estilo, a comida e tudo que diz respeito à África. A única coisa com a qual as pessoas têm problema é com os africanos. Gostam das nossas coisas, mas não do nosso povo”, lamenta. No passado, Fela fundou um partido político para concorrer à Presidência do país, mas sua candidatura foi recusada. Também foi preso várias vezes e sofreu repressão na Nigéria. “O ativismo do meu pai sempre me pareceu algo natural, porque foi assim que fui criado”, afirma o cantor, que liderou o renascimento do partido criado por Fela, o Movimento do Povo.

Para além da política, a música do pai foi o que mais influenciou Seun. Embora o cantor diga que Fela não o ensinou a tocar nenhum instrumento, a convivência o levou a ter contato com grandes músicos, como o ex-baterista do Cream, Ginger Baker, que chegou a morar em Lagos e tocou na Egypt 80. “Aprendi que, se eu estiver fazendo a coisa certa, as pessoas vão respeitar”, diz. Se seu pai espalhou o fenomenal afrobeat, Seun é o maior guardião desse legado.

Publicado em VEJA de 25 de julho de 2025, edição nº 2954

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