“Os pais têm muito a aprender com as crianças”, diz Adriana Calcanhotto
Cantora lança neste Dia das Crianças o quarto álbum do projeto infantil Adriana Partimpim
Adriana Calcanhotto retorna neste dia das crianças ao universo infantil com o lançamento de O Quarto, o quarto álbum de seu alterego, a Adriana Partimpim. O trabalho chega 20 anos depois do lançamento do primeiro disco, com as crianças daquela época hoje já adultas – e com seus próprios filhos. Assim como nos trabalhos anteriores, Adriana busca um repertório de canções adultas que, na imaginação das crianças, ganham outros significados. O disco tem ainda composições inéditas, como Malala, que fala sobre a jovem paquistanesa vencedora do Nobel da Paz que foi baleada e quase morreu apenas por querer ir à escola.
As faixas passeiam pelos mais diferentes temas, mas o disco que diverte adulto e crianças, conta com a clássica O Bode e a Cabra, versão esperta em português imortalizada por Rita Lee, de I Wanna Hold Your Hand, dos Beatles. “Quando dizem, tirem as crianças da sala, elas vão para o quarto”, brinca a cantora em entrevista a VEJA. Confira a seguir os principais trechos.
O primeiro álbum do Adriana Partimpim foi lançado há 20 anos. As crianças que ouviam naquela época agora estão adultas. Como vê essa passagem do tempo? Aquelas crianças do primeiro disco estão adultas e… estão fazendo crianças e estão procurando o mesmo que os pais delas procuravam, que é uma música que todo mundo possa ouvir. Os discos sempre são pensados para quem é criança naquele momento, mas também para a criança que tem dentro de cada um, não importando quantos anos passaram.
Neste quarto disco, você faz um trocadilho com quarto da criança. Como surgiu a ideia? Desde quando lancei o primeiro disco, eu já queria fazer essa brincadeira no quarto álbum. A gente sempre fala: “Tirem as crianças da sala”. E para onde elas vão? Para o quarto. O quarto é o local onde não tem adultos.
Você canta músicas feitas para adultos, e não aquelas canções bocós infantilizadas. Qual é a importância de não subestimar a inteligência das crianças? Se você não encarar as crianças assim, que tipo de adultos você está produzindo? Esse sempre foi um dos motores do Adriana Partimpim. Se as crianças deixarem, os pais podem ouvir também. Acho que os pais têm bastante para aprender com as crianças. Eu me sentia muito subestimada quando criança. Ganhava aqueles disquinhos, mas eu gostava mesmo dos discos de jazz do meu pai e de música erudita da minha mãe, e das canções da Jovem Guarda que ouvia com a babá. Nada disso era para criança.
Como escolher um repertório que agrade adultos e crianças? A gente pensa que música infantil deve ser apenas alegre, que a única coisa que vale é a alegria. Isso não corresponde à realidade das crianças. É uma idealização muito tosta e rasa. Há 20 anos, só existia um modelo possível, e eu queria apresentar uma alternativa. Adriana Partimpim tem canções que, a priori, não são feitas para crianças, mas falam com crianças. No primeiro disco teve Lição de Baião, que meu pai ouvia. Quando eu era criança, eu só ouvia essa faixa.
Neste novo álbum, você gravou Tô Bem, do Jovem Dionísio, uma música que estourou no TikTok. Como essa música chegou até você? Eu ouvi num contexto de um cachorro, que sigo no Instagram, e ele usa umas roupas e tal e estava com uma roupa nova tocando essa música. Achei ótima.
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